A fábula “João e Maria” traça a narrativa de dois irmãos desaparecidos e a carga psicológica gerada por tal evento traumático no desenvolvimento de suas vidas. Ao sair da ficção sem desconsiderar atuais problemas sociais, é evidente o drama das pessoas desaparecidas no Brasil. Nesse prisma, destacam-se dois aspectos importantes: a omissão governamental e a carência por um sistema de cadastramento nacional.

Em primeira análise, é notória a omissão governamental no desenvolvimento de soluções para a busca de desaparecidos. O filósofo francês Durkhein afirma que o Estado é um agente social dedicado à sua população e que, ao faltar em cumprir sua função, assume-se uma sociedade falha. Portanto, entende-se que a omissão governamental gera frustração no processo de busca de desaparecidos, da mesma maneira que autoridades não se disponibilizaram a procurar os dois irmãos, João e Maria.

Ademais, vale também ressaltar a carência brasileira por um sistema de cadastramento nacional. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública no estudo “Mapa dos desaparecidos”, apenas 16% dos casos de sumiço possuem uma resolução satisfatória. Certamente, a baixa taxa de solução é resultado da carência por um sistema nacional de indivíduos em estado de sumiço.

Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que garantam a busca eficiente de desaparecidos no Brasil. Dessa maneira, cabe ao Ministério dos Direitos Humanos afirmar a criação de um sistema de cadastramento de desaparecidos, por meio do apoio governamental, a fim de ajudar na busca de indivíduos. Somente assim, será possível resolver o drama de desaparecidos no Brasil.

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