Na canção "Que país é esse", da banda Legião Urbana, critica-se de forma contundente os problemas sociais no Brasil. É evidente que esse contexto relaciona-se aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, pois representa uma questão a ser tratada a fim de garantir o bem-estar do país. Nesse sentido, é fundamental discutir as causas que perpetuam essa situação, entre elas a negligência governamental e o silenciamento midiático, fatores que contribuem para o agravamento do quadro crítico.
Convém destacar que a negligência governamental é uma das principais causas do empecilho, visto que a falta de ações aumenta o descaso e a falta de empatia com a herança africana. Dessa forma, a obra "Cidadão de Papel", de Gilberto Dimenstein, exibe bem o fato de que as medidas de denúncia garantem os direitos dos cidadãos em documentos, mas, na prática, são tratados de forma simbólica. Sob esse viés, percebe-se que as questões referentes aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil são colocadas em último plano nas discussões e decisões políticas, postura que fomenta a cultura de invisibilidade do assunto, causando, dessa forma, problemas para a resolução do empasse e o bem-estar desses cidadãos.
Todavia, a mídia potencia esse problema, evidenciada pela ausência e falta de incentivo. Desse modo, o filósofo Pierre Bourdieu resume bem o argumento de que "O que foi criado como instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão", ou seja, os veículos midiáticos têm a responsabilidade de promover debates de pautas importantes no país, a fim de despertar formas de solução para essa ocasião desgastante e opressora.
Dessa forma, é necessário que o Ministério das Comunicações promova campanhas e palestras, junto aos jovens e crianças, nas redes sociais e canais de televisão; assim, o assunto teria sua representatividade e visibilidade nacional. Com tudo, a crítica que passa na música da banda Legião Urbana não fará mais parte da nação verde-amarela.