> No livro “Ensaio sobre a cegueira”, retratam-se as formas de “cegueiras” que nos impedem de perceber a realidade ao nosso redor. Conforme essa reflexão, o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira é uma dessas “cegueiras”, uma vez que, em determinado segmento social, ainda há diversos julgamentos que zombam e prejulgam as vítimas. Essas pessoas que sofrem com doenças mentais enfrentam um problema persistente no país, derivado do silenciamento e da desinformação.

Nessa conjuntura, é importante pontuar o caráter ético e o impacto social dessa questão. O filósofo Jiddu Krishnamurti afirma que “não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente”. Diante disso, observa-se que o preconceito com pessoas que sofrem de doenças mentais tem origem na alienação e na conformidade social. Nesse ínterim, percebe-se a necessidade urgente de dar visibilidade às reais dificuldades que esse grupo enfrenta em seu cotidiano. Dessa maneira, é essencial romper o silêncio que o envolve e promover a adaptação social de que necessita.

Além disso, é pertinente atentar para a má influência da mídia nesse estigma. Como já foi dito, “toda palavra tem consequências, e todo silêncio também”. Isso revela que o silenciamento em torno dessa temática é extremamente prejudicial. Dessa forma, o preconceito com pessoas que sofrem dessas doenças aumenta a cada dia, visto que a sociedade só comenta aquilo que vê ou escuta.

Portanto, é necessária uma solução eficaz para combater o estigma das doenças mentais. Para isso, o Estado, juntamente com o Ministério da Saúde, deve criar campanhas voltadas a toda a população, utilizando verbas da União previstas nas emendas parlamentares. Essas campanhas terão como objetivo conscientizar a sociedade sobre as consequências que os problemas mentais podem gerar na vida das pessoas. Assim, será possível diminuir as “cegueiras” sociais que ainda persistem na contemporaneidade.