No filme "Carandiru" (2003), dirigido por Héctor Babenco, vemos a rotina da Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, antes do famoso massacre de 1992. Acompanhamos, então, um médico voluntário que começa a atender os presos e, ao longo do tempo, conhece suas histórias. Abordando temas como a violência, amizade, injustiça e a sobrevivência no sistema carcerário brasileiro, ele retrata fielmente uma triste realidade no Brasil, a superlotação carcerária.
O Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo. Tendo aproximadamente 650.000 pessoas privadas de liberdade em um sistema em que há apenas 482,9 mil lugares, dificultando a ressocialização e favorecendo o poder das facções criminosas. Outro fato é que, com maior número de presidiários por metro quadrado, causa maior incidência de condições desumanas a estes, aumentando a violência dentro dos presídios e a falta de higiene basica, o que pode aumentar na probabilidade de doenças neste local.
Tudo isso nos faz analisar o porquê isso acontece. É visível que o sistema carcerário brasileiro é lento, cerca de 30% dos presos estão em prisão preventiva, ou seja, ainda não começou a pena de fato, pois seus julgamentos ainda não terminaram. Outro aspecto que contribui para a superlotação, é o fato que o sistema não acompanha a necessidade, fazendo com que agrave tal situação.
Por tudo isso, é notável que o sistema jurídico brasileiro deverá reduzir o tempo de espera dos julgamentos, para que os presídios não sobrecarreguem. Para diminuir o número de encarcerados, crimes menores deveriam ter penas de serviços comunitários, auxiliando o sistema e reduzindo o número de reincidentes criminais. Sem reformas eficazes, a superlotação continuará sendo um obstáculo para a segurança pública e a justiça social.