No conto machadiano "A Causa Secreta", por meio do personagem Fortunato, há uma abordagem sobre um tema universal: a falta de empatia evidenciando como a ausência desse caráter prejudica as relações interpessoais e, em especial, a atuação adequada contra os empecilhos da sociedade. A par desse raciocínio, é exatamente esta a questão: sem uma base sólida, o corpo social não reconhece o impacto da inteligência artificial na educação e no mercado de trabalho como um episódio grave e urgente. Nesse sentido, vale ressaltar duas causas: a má supervisão de aparelhos tecnológicos bem como o descaso governamental
Primordialmente, é nítido como a má supervisão de aparelhos tecnológicos intensifica o problema, visto que na atualidade pais preferem dar telas aos seus filhos do que observar seu desenvolvimento cognitivo. Em seus estudos, o sociólogo alemão Max Weber defende que o processo de compreensão da realidade social seria possível por meio da compreensão das ações dos indivíduos. Entretanto, por mais que essa concepção seja a ideal, entende-se que a realidade brasileira é outra, especificamente quando se trata do impacto negativo da inteligência artificial na educação e no mercado de trabalho, visto que o corpo social não apresenta um juiz sólido, permanecendo alienado.
Neste contexto, ao analisar o descaso governamental, percebe-se como a ausência ente desampara os trabalhadores. Para Pierre Bourdieu, na “Teoria do Habitus”, a sociedade incorpora uma determinada estrutura social, de modo a naturalizar e reproduzir os costumes. Conjuntamente, ao observar a realidade do Brasil, principalmente quando se trata do impacto no mercado de trabalho, percebe-se que a máxima de Pierre é evidenciada, visto que a problemática, presente no cotidiano, tornou-se um fato comum e irrelevante pela população.
Conclusão
Em suma é possível perceber que o impacto desta inteligência tanto no mercado de trabalho quando na educação é um desafio árduo e, por isso precisa ser combatido. Sendo assim, cabe ao governo, ao ministério do trabalho e ao ministério da educação por meio de verbas governamentais a criação de projetos, leis, palestras e atividades. Para que seja comprovada a sua efetivação devem ser feitas análises de dados obtidos por meios de pesquisas e os ajustes necessários (somente se preciso). Apenas dessa maneira será possível não fazer analogias a obra de Machado de Assis e, decerto o corpo social terá seu bem-estar garantido. Assim contribuindo para um país mais inclusivo, tanto no meio social quanto no cultural.