O filósofo René Descartes formulou a célebre máxima "penso, logo existo", enfatizando o pensamento como raiz da existência humana. No entanto, na contemporaneidade, o avanço de plataformas de estudos e corretores de redações automatizados com IA, desafia essa ideia ao aproximar o raciocínio lógico das máquinas à capacidade cognitiva humana. Nesse contexto, a ascensão dessas ferramentas digitais decorre da ausência de regulamentações eficazes e da falta de preparo educacional para lidar com suas consequências sociais.

Criada para orientar o desenvolvimento responsável da tecnologia, a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial apresenta um marco ao tentar equilibrar inovação e segurança digital. Todavia, sua efetividade é prejudicada por falhas estruturais, como a defasagem legislativa diante da rápida ascensão da nova tecnologia, a insuficiência de fiscalização e a carência de investimento público na área. Por conseguinte, enquanto o poder público não garantir o cumprimento de diretrizes claras para o uso ético da IA, o avanço tecnológico continuará a gerar riscos à educação e à aprendizagem.

Segundo dados da UNESCO e OCDE, o Brasil ainda enfrenta desafios quanto à alfabetização digital e ao uso ético das novas tecnologias. Tal cenário decorre da falta de políticas públicas voltadas à formação crítica da população e à naturalização do uso indiscriminado de ferramentas digitais. Além disso, a carência de debates sociais sobre o uso da Inteligência Artificial na educação contribui para a desinformação e para a ausência do pensamento crítico dos usuários, o que agrava a alienação tecnológica da população.

Diante do exposto, o Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, deve elaborar leis específicas que regulamentem o uso da Inteligência Artificial, assegurando transparência e responsabilidade ética em sua aplicação. Além disso, o Ministério da Educação deve promover programas de alfabetização digital e ética tecnológica nas escolas, com o intuito de preparar as novas gerações para interagir de forma crítica e segura com as inovações digitais. Somente assim será possível harmonizar o avanço tecnológico com os valores humanos, preservando o que há de mais essencial na máxima cartesiana: o pensamento como base da existência.

@Mylike pode corrigir minha redação? Agradeço desde já!