Na Canção "Vilarejo", Marisa Monte descreve um espaço utópico de harmonia e solidariedade, realidade distante do Brasil atual. Nesse contexto, evidencia-se o desafio do incentivo à doação, cuja ausência de consciência coletiva dificulta a efetivação de transplantes no Brasil. Tal cenário, se mantém tanto pela omissão governamental, quanto da insuficiência de debates amplos e efetivos que deveriam promover a cultura de doação.
Em primeiro lugar, é notório que a omissão governamental funciona como motor dos desafios à doação e transplante de órgãos. Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes, em 2023, apenas 28,7% dos potenciais doadores se tornaram efetivos, e cerca de 45% das famílias negam doações, muitas vezes por desinformação ou falta de campanhas educativas. Assim, a ausência de políticas públicas consistentes contribui para a manutenção desse cenário, evidenciando a necessidade de ações governamentais que promovam a cultura de doações
Além disso, a insuficiência de debates amplos e efetivos acerca da doação de órgãos contribui para a manutenção de mitos e desinformação na população. No livro "Eu e esse meu coração", Leah Mackenzie depende de um coração artificial e enfrenta a realidade de precisar de um transplante, o que evidencia como a vida de quem necessita de órgãos depende de escolhas conscientes de outros. A obra mostra que decisões mais informadas podem salvar vidas, reforçando a necessidade de políticas que promovam conscientização, solidariedade e reflexão coletiva.
Em vista dos argumentos apresentados é imprescindível que medidas sejam tomadas para incentivar a doação de órgãos como ferramenta para a efetivação de transplantes no Brasil. Por isso, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com o Governo Federal, promover campanhas e debates sobre a importância da doações de órgãos por meio de escolas, mídias e outros meios de comunicação. Tais medidas são fundamentais para se criar uma sociedade mais informada e solidária.