“O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles”, como afirmou Simone de Beauvoir -filósofa francesa- revela uma dura realidade social: a neutralização de problemas graves. No contexto brasileiro, essa reflexão torna-se ainda mais pertinente diante do papel da educação no combate ao racismo no Brasil. Tal problemática é resultado de fatores como lacuna educacional e omissão midiática. Diante disso, é urgente analisar as causas dessa banalização e propor soluções eficazes.

Em primeiro plano, é importante destacar que a lacuna educacional perpetua a propagação da questão. Segundo o escritor e filósofo brasileiro, Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Essa afirmação ressalta que a verdadeira educação ultrapassa o domínio técnico da leitura e da escrita, alcançando também a compreensão crítica da realidade. No entanto, o sistema brasileiro ainda se mostra voltado à memorização de conteúdos, muitas vezes negligenciando questões de cunho social, como o racismo, gerando conflitos na formação social dos estudantes.

Ademais, a omissão midiática também exerce forte influência sobre a situação. O filósofo Sartre alega que “toda palavra tem consequências, todo silêncio, também”. Entretanto, a forma como a mídia ignora certos assuntos, contribui para que eles permaneçam invisíveis e, o instrumento que deveria ser democrático, torna-se um mecanismo de opressão. Por consequência, é evidente que medidas concretas devem ser adotadas para reverter esse cenário.

Diante do exposto, é necessário que o Sistema Nacional de Educação (SNE) promova práticas pedagógicas, por meio de reflexão e diálogo, com o objetivo de formar cidadãos capazes de transformar o mundo por meio da empatia e da propagação de campanhas e movimentos que conscientizem a população, a fim de construir um país mais justo, consciente e igualitário.