O papel da sociedade na ressocialização de pessoas privadas de liberdade é um tema relevante a ser debatido, dado que muitos cidadãos têm uma postura preconceituosa em relação aos que estão cumprindo pena. É notório que as políticas públicas se mostram falhas ao não promoverem uma perspectiva de vida adequada para aqueles que estão em cárcere.
Na obra Vigiar e Punir, de Michel Foucault, ele defende que o cárcere detém a função pedagógica e o estado tem a obrigação de ressocializar o indivíduo por meio da vigilância. No entanto, a política pública se mostra insuficiente. Esse déficit se deve a vários fatores, dentre eles a falta de recursos, preconceitos sociais contra ex-detentos e a descontinuidade de programas de reabilitação. Tais aspectos comprometem a efetividade da reintegração, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais integrada e humanizada para a reinserção dos indivíduos.
Segundo o jornal G1, ex-detentos enfrentam preconceitos ao buscar oportunidades no mercado de trabalho. Em entrevista, a equipe de reportagem conversou com Israel Gomes Pereira, que expressou esperança de ter uma nova chance para conseguir emprego e reconstruir sua vida. Ele destacou: "Espero ser reintegrado à sociedade. Sofremos discriminação pelo nosso passado. Concluí cursos de pedreiro e eletricista e até obtive um diploma." O caso de Israel ilustra como a postura excludente da sociedade brasileira impede a realização dos sonhos de quem deseja mudar de vida.
Sendo assim, o Ministério da Justiça e Segurança Pública - órgão responsável por formular políticas públicas relacionadas ao sistema prisional e à ressocialização de detentos- busca resolver o problema por meio de discussões abertas com o próprio governo, visando criar programas de educação e capacitação, além de oferecer assistência psicossocial e jurídica. À vista disso, o objetivo será ocasionar efeitos que melhorar a reintegração social dos detentos e promover uma sociedade mais justa e inclusiva.