- 18 Ago 2023, 16:24
#120823
Salas cheias. Violência gratuita. Aparatos tecnológicos. Crises de Ansiedade. Mudanças nos valores e costumes. Baixa cognição e fraco desempenho escolar. Ordenados insuficientes. Pais e mães desconfiados. Gestões desumanizadas. Desvalorização da sociedade. Falta de políticas públicas e excesso de ofensivas dos políticos. Eis o retrato do professor brasileiro na atualidade. Em meio a tantos desafios, qual mesmo o papel do professor?
Não é de hoje que o papel do professor na sociedade passa por transformações. Historicamente, desde quando a Igreja Católica repassou a responsabilidade da educação para profissionais especializados, esta carreira perpassa por desafios e busca de afirmação perante seus pares e sociedade. Ser professor já foi muito bem aceito socialmente e este status se refletia na boa remuneração e regulamentação da profissão. Contudo, o tempo só aumentou os desafios.
Com a promulgação da Constituição Cidadã, de 1988, a universalização da educação trouxe ao processo educativo demandas importantes. Além das características empresariais, em que os números e indicadores são decisivos para adoção ou rejeição de políticas públicas, estudar deixou, sim, de ser um privilégio dos mais ricos, porém, trouxe a superlotação das salas, o que dificulta o trabalho mais pontual do docente e acentua o baixo rendimento dos estudantes. A individualização do ensino melhora significativamente a aprendizagem, o que não acontece com propriedade numa sala repleta com 50 alunos, o que também contribui com a indisciplina.
A escalada da violência na sociedade também atingiu a escola em cheio, afinal pessoas fora desta, encontram poucas chances de bom trabalho e acabam migrando para a criminalidade, pois como dizia o filósofo francês Montesquieu “quem abre uma escola, fecha um presídio”. Porém, só abrir não é mais suficiente, pois nelas os professores de hoje são desrespeitados, agredidos e mortos diariamente, em todos os níveis de ensino.
Como se não bastasse tais problemas, o fordismo e o tecnicismo invadiram a gestão educacional, o encolhimento da remuneração e o sucateamento das unidades escolares só ampliaram a falta de qualidade da educação brasileira. Não obstante, a recente pandemia contribuiu com distúrbios emocionais, de convivência e socialização entre os estudantes. Ademais, parte da sociedade e dos governos, também recentemente, passaram a tratar os professores como inimigos ideológicos, os mesmos que se reinventaram com a demanda tecnológica do ensino à distância virtual, presencial ou híbrido.
Soma-se a estas dificuldades o fato de ser professor hoje, na sociedade do conhecimento, um mero mediador saberes. Muito mais que ensinar conteúdos, o professor moderno precisa estar constantemente atualizado, por meio da formação continuada. Precisa fazer uso de metodologias ativas e que valorizem a participação dos alunos na construção do próprio conhecimento. O senso crítico e reflexivo do cidadão autônomo é uma meta inatingível caso estes profissionais não estendam atenção às competências socioemocionais de seus alunos.
Por fim, ser professor nunca foi tarefa fácil e desimportante em qualquer sociedade do mundo. Atualmente, também não o continua sendo. Por isso, governos, sociedade civil e empresas precisam priorizar ações e políticas que suportem aos professores nas redes públicas e privadas, oferecendo-lhes condições dignas de trabalho, remunerações justas, unidades mais seguras e mais bem equipadas, formação de qualidade que os auxilie a lidar com antigos dilemas e novos desafios da carreira docente. Afinal, ensinar e aprender dependem intrinsecamente de boas relações humanas dentro e fora da sala de aula. E tudo isso, não custa pouco. Afinal, educação é gasto ou investimento? Reflitamos todos sobre esse duro dilema educacional brasileiro!
Não é de hoje que o papel do professor na sociedade passa por transformações. Historicamente, desde quando a Igreja Católica repassou a responsabilidade da educação para profissionais especializados, esta carreira perpassa por desafios e busca de afirmação perante seus pares e sociedade. Ser professor já foi muito bem aceito socialmente e este status se refletia na boa remuneração e regulamentação da profissão. Contudo, o tempo só aumentou os desafios.
Com a promulgação da Constituição Cidadã, de 1988, a universalização da educação trouxe ao processo educativo demandas importantes. Além das características empresariais, em que os números e indicadores são decisivos para adoção ou rejeição de políticas públicas, estudar deixou, sim, de ser um privilégio dos mais ricos, porém, trouxe a superlotação das salas, o que dificulta o trabalho mais pontual do docente e acentua o baixo rendimento dos estudantes. A individualização do ensino melhora significativamente a aprendizagem, o que não acontece com propriedade numa sala repleta com 50 alunos, o que também contribui com a indisciplina.
A escalada da violência na sociedade também atingiu a escola em cheio, afinal pessoas fora desta, encontram poucas chances de bom trabalho e acabam migrando para a criminalidade, pois como dizia o filósofo francês Montesquieu “quem abre uma escola, fecha um presídio”. Porém, só abrir não é mais suficiente, pois nelas os professores de hoje são desrespeitados, agredidos e mortos diariamente, em todos os níveis de ensino.
Como se não bastasse tais problemas, o fordismo e o tecnicismo invadiram a gestão educacional, o encolhimento da remuneração e o sucateamento das unidades escolares só ampliaram a falta de qualidade da educação brasileira. Não obstante, a recente pandemia contribuiu com distúrbios emocionais, de convivência e socialização entre os estudantes. Ademais, parte da sociedade e dos governos, também recentemente, passaram a tratar os professores como inimigos ideológicos, os mesmos que se reinventaram com a demanda tecnológica do ensino à distância virtual, presencial ou híbrido.
Soma-se a estas dificuldades o fato de ser professor hoje, na sociedade do conhecimento, um mero mediador saberes. Muito mais que ensinar conteúdos, o professor moderno precisa estar constantemente atualizado, por meio da formação continuada. Precisa fazer uso de metodologias ativas e que valorizem a participação dos alunos na construção do próprio conhecimento. O senso crítico e reflexivo do cidadão autônomo é uma meta inatingível caso estes profissionais não estendam atenção às competências socioemocionais de seus alunos.
Por fim, ser professor nunca foi tarefa fácil e desimportante em qualquer sociedade do mundo. Atualmente, também não o continua sendo. Por isso, governos, sociedade civil e empresas precisam priorizar ações e políticas que suportem aos professores nas redes públicas e privadas, oferecendo-lhes condições dignas de trabalho, remunerações justas, unidades mais seguras e mais bem equipadas, formação de qualidade que os auxilie a lidar com antigos dilemas e novos desafios da carreira docente. Afinal, ensinar e aprender dependem intrinsecamente de boas relações humanas dentro e fora da sala de aula. E tudo isso, não custa pouco. Afinal, educação é gasto ou investimento? Reflitamos todos sobre esse duro dilema educacional brasileiro!