Em primeira análise, é inegável que a negligência da gestão estatal em promover o letramento digital crítico representa uma ruptura da confiança que deve existir entre governantes e cidadãos. Essa dinâmica — perceptível na discontinuidade de programas de inclusão digital e na falta de infraestrutura tecnológica em áreas periféricas e rurais — evidencia um padrão histórico de ineficiência estatal, no qual a falta de continuidade administrativa perpetua desigualdades e fragiliza a efetividade das leis. Ademais, tal cenário resulta na manutenção da desigualdade de acesso à informação, comprometendo o direito à cidadania plena e à participação social. Nesse contexto, o pensamento do filósofo Manuel Castells, ao afirmar que o poder está nas redes de informação, permite compreender que a omissão do Estado nesse meio tecnológico não apenas gera danos materiais, mas simboliza o descumprimento do acordo social implícito que deveria proteger a coletividade. Diante do exposto, torna-se evidente que a exclusão digital constitui uma barreira estrutural ao desenvolvimento social e humano.
Além disso, a permanência da alienação tecnológica é reforçada por uma cultura de indiferença social. Muitos passam a enxergar o uso excessivo e acrítico das redes sociais como inevitável, reflexo de uma tradição de passividade frente à mídia e de consumo imediato de informações. Essa normalização da injustiça informacional enfraquece o senso de responsabilidade cívica e reduz a pressão por transformações efetivas, deixando a sociedade conectada vulnerável à manipulação algorítmica e ao adoecimento psíquico. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, na modernidade líquida, os vínculos humanos se tornam frágeis e substituíveis — lógica que se reflete na superficialidade das interações digitais. Assim, percebe-se que a alienação tecnológica persiste não apenas pela ausência de políticas públicas, mas pela internalização cultural da passividade diante da tecnologia.
Em suma, urge restaurar o pacto social brasileiro, convertendo o compromisso jurídico em práticas cidadãs efetivas. Para superar a exclusão digital e a alienação tecnológica, propõe-se o programa “Pacta Social Digital”, criado pelo Estado, que atuará em três frentes complementares: educacional — com campanhas midiáticas e ações escolares voltadas à promoção da educação midiática e do pensamento crítico sobre o uso das redes —, estrutural — por meio de políticas públicas que assegurem acesso equitativo à internet de qualidade e à formação tecnológica em todas as regiões —, e cultural — incentivando práticas comunitárias e midiáticas que combatam a desinformação e o isolamento social decorrente da hiperconectividade. Somente assim, o pacto não será com a vulnerabilidade digital, mas com a autonomia e o progresso humano.
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C1 norma-padrão
Você atingiu aproximadamente 80% da pontuação prevista para a Competência 1, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita, ou seja, apresenta um texto com boa estrutura sintática, com poucos desvios de pontuação, de grafia e de emprego do registro exigido.
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C2 Compreensão da proposta
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 2, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo, ou seja, em seu texto, o tema é desenvolvido de modo consistente e autoral, por meio do acesso a outras áreas do conhecimento, com progressão fluente e articulada ao projeto do texto.
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C3 seleção de argumentos
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 3, atendendo aos critérios definidos a seguir. Em defesa de um ponto de vista, o texto apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, ou seja, os argumentos selecionados estão organizados e relacionados de forma consistente com o ponto de vista defendido e com o tema proposto, configurando-se independência de pensamento e autoria.
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C4 construção de argumentos
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 4, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante articula bem as ideias, os argumentos, as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações.
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C5 Proposta de Intervenção
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 5, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante elabora excelente proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. Trata-se de redação cuja proposta de intervenção seja muito bem elaborada, relacionada ao tema, decorrente da discussão desenvolvida no texto, abrangente e bem detalhada.
Erros (Comp.1): uso excessivo de termos jurídicos sem necessidade clara (ex.: pacta sunt servanda) e algumas construções longas; sugira simplificar e manter norma-padrão. Ex.: substitua “descontinuidade de políticas públicas” por “interrupção de políticas públicas” e evite citações obscuras sem contextualização. Comp.2/3: o tema é bem desenvolvido, mas as referências teóricas aparecem sem contextualização prática suficiente; proponha relação direta entre dados e argumento. Comp.4: conectivos presentes, porém há encadeamento longo; utilize conectores simples para clareza: “Além disso, ademais, portanto”. Comp.5: intervenção está bem estruturada; inclua explicitamente o agente (Estado), ação, meio (internet pública) e finalidade (reduzir desigualdade digital) de forma mais direta em uma única frase inicial da proposta.
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