Com o avanço tecnológico do século XXI, as redes sociais se tornaram os principais meios de comunicação entre os cidadãos. Porém, muitos utilizam o espaço digital a fim de difundir práticas ofensivas a outros usuários. Tal hostil comportamento coletivo nas redes ficou popularmente conhecido como a "cultura do cancelamento" e tem como seus principais alicerces o sentimento de impunidade gerado pelo anonimato nas redes sociais, e a possibilidade da supressão agressiva de opiniões divergentes por parte dos agressores.

Como ambiente global e público, o espaço digital e seu consequente anonimato se tornaram o cenário ideal para a atuação odiosa de certos usuários. Portanto, inúmeros indivíduos praticam censuras e ataques contínuos, enquanto se aproveitam de seu anonimato e de sua decorrente impunidade. Dessa forma, a chamada "cultura do cancelamento" cresce sobre as "costas" da liberdade de expressão e envenena, conforme evolui, todo o ambiente digital com seu comportamento nocivo.

Ademais, vale ressaltar os fatores psicológicos e emocionais que levam à prática desses comportamentos nocivos nas redes. Ao analisar-se a situação, vê-se a "possibilidade do poder de decidir o rumo de outras vidas através de um clique" como fator essencial do crescimento exponencial da "cultura do cancelamento". Tal "possibilidade do poder sobre outras vidas" é potencializada através de um sentimento comum e inerente ao homem: o ódio, que se torna força criativa e decisiva.

Portanto, é fundamental uma ação social, com o objetivo de tornar a "cultura do cancelamento" e suas censuras e ataques em uma inimiga a ser combatida através da liberdade de expressão. Logo, cabe à sociedade promover a liberdade de expressão e combater a ditatorial "cultura do cancelamento" e sua opressão ideológica. Para que, assim como disse certa vez São Maximiliano Maria Kolbe dentro dos campos de concentrações nazistas, o ódio não se torne a força criativa da sociedade, mas sim o amor.