O ser humano possui em sua essência um forte desejo competitivo que o impulsiona deste os tempos primitivos. Hoje, no mundo contemporâneo, existe uma assídua corrida em busca do alto desempenho e da eficiência máxima, por conta disso, muitos recorrem ao uso de substâncias exógenas para aumentar a produtividade. Assim, se faz necessária a discussão acerca das implicações causadas na saúde, por tais hábitos e seus impactos na qualidade de vida da população.

Inicialmente, cabe destacar que a pressão por desempenhos extraordinários por si só já causa males. O Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, é o país mais ansioso do mundo e o quinto país mais depressivo. Na saída para atingir as metas sobre humanas, evidenciadas por um ambiente extremamente competitivo e voltado para o resultado, cada vez mais, jovens e adultos se utilizam de remédios para tornar possíveis tais afazeres. Com isso, muitos sacrificam saúde, sem se importar com as consequências, em troca de eficiência.

Isso causa uma normalização da cultura do uso de nootrópicos, fazendo com que a sociedade encare como obrigatório o seu uso. Porém, Krishnamurti vai afirmar que não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente. Em todo o mundo, o aumento de problemas voltados à saúde mental só vem aumentando, reflexo de uma sociedade doente que vive sob pressão, tanto no trabalho quanto na vida social. Um efeito “bola de neve” em que comunidade e indivíduo se afundam concomitantemente.

Assim, é evidente a necessidade de debates voltados à problemática apresentada. A pressão exercida pelo contexto moderno e o crescente uso de medicações para maior desempenho, são grandes protagonistas no aumento de malezas como ansiedade e depressão. É preciso criar medidas para combater, por meio de leis e conscientização, não apenas o uso indiscriminado dos recursos da medicina produtiva, como também, enfrentar todo contexto social que corrobora essa prática. Somente assim, a competição inerente à natureza humana continuará sendo causa de sua evolução, sem isso, o que outrora permitiu o desenvolvimento da sociedade, constituirá motivo de sua ruína.