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Por laragabriely
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Na obra “Cidadania plena”, do historiador José Murilo de Carvalho, observa-se o conceito de que mudam-se os movimentos políticos, mas a falta do povo é a mesma, denunciando a precariedade da cidadania e a falta de efetividade dos direitos constitucionais previstos. Ao transpor esse viés literário, percebe-se que na sociedade contemporânea há obstáculos para a realização do voto como ferramenta de legitimação da nacionalidade, assim como, na concepção apresentada na obra. A partir desse contexto, faz-se necessário discutir acerca dos entraves para a consolidação do voto na cidadania, sejam esses entraves oriundos de um viés político ou de um viés histórico.

Diante desse cenário, verifica-se que a manutenção de uma estrutura de dominação imposta ao país influencia na problemática hodierna. Isso ocorre, porque, segundo o sociólogo Boaventura de S. Santos, há hoje uma espécie de “colonialismo insidioso”, ou seja, há uma forma de dominação ainda mais perversamente, pois se disfarça em meio a conquistas sociais, como a Constituição de 1988, mas mantém a sociedade dependente e explorada, já que muitos desses direitos ainda não são efetivados, por exemplo, o direito ao voto - nos anos eleitorais, abstenções são encontradas pela falta do desenvolvimento do criticismo aos cidadãos - chamando atenção para uma sucessão de omissões na legitimidade da cidadania. Como resultado dessas ausências, observa-se uma população exposta a direitos previstos na teoria, mas não colocados em prática, sendo diariamente naturalizadas.

Ademais, é fundamental entender que os baixos índices de participação popular no sistema político do país advêm de uma manipulação social historicamente programada. Isso ainda acontece, pois se percebe um modelo educacional ligado à dominação como uma estratégia dos detentores de poder para manter uma sociedade facilmente manipulada. De fato, com base nos estudos do economista Celso Furtado, é perceptível o quanto a privação do acesso ao conhecimento de qualidade forma um país, em sua maioria, com baixo poder crítico, alienado e ausente do processo de permanente construção. Nessa perspectiva, essa manipulação é fruto de um Estado que prioriza uma sociedade alheia a ponto de, em um ano eleitoral, como o de 2024, ter como maior foco a contagem de medalhas nas Olimpíadas de Paris e não perceber, dentre outras graves questões, mais uma vez, a persistência de inúmeros cargos políticos repassados de pai para filho - quase uma reprodução do sistema de capitanias hereditárias .

Infere-se, portanto, a necessidade de ressaltas a importância do voto como meio de reconhecimento da cidadania. Para isso, é necessário que o Ministério das Comunicações, por intermédio de programas midiáticos, discutam e elucidem o assunto, mostrando as principais vantagens (construção de um corpo social crítico é maior participação democrática). Além disso, de forma detalhada, deve-se convidar o Ministério Público Eleitoral para orientar os espectadores a respeito da pauta discutida. Por fim, com essas medidas, busca-de uma maior ressalta da participação nas eleições.
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