O poeta modernista Carlos Drummond, em seu poema "No meio do Caminho", faz uma analogia entra as pedras e obstáculos enfrentados pelos indivíduos ao longo da vida. Paralelamente, percebe-se as dificuldades para a alfabetização infantil como a pedra no caminho dos brasileiros. Nessa lógica, compreende-se a inoperância estatal e uma lacuna educacional como catalisadores dessa conjuntura.
Em primeiro plano, denuncia-se o fato de que a displicência do poder público potencializa o óbice abordado. Sob esse viés, conforme o filósofo inglês Thomas Hobbes, é dever do estado proporcionar meios que promovam o progresso de toda coletiva. Entretanto, tal pensamento não têm ocorrido na realidade, visto que o governo não proporciona estruturas eficazes capazes de garantir a educação infantil, acarretando em altos índices de analfabetismo. Dessa maneira, é inadmissível que o Estado, enquanto promotor do bem-estar social, ignore essa realidade.
Outrossim, o déficit educacional também representa um forte agravante para os desafios da alfabetização de crianças. Sob essa perspectiva, consoante o educador brasileiro Paulo Freire "Se a educação sozinho não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Desta forma, compreende-se a importância do ensino para a ruptura dos impasses da alfabetização infantil. A título de exemplificação, no período pandemico, a educação infantil foi bastante prejudicada. Por conseguinte, enquanto a lacuna educacional se mantiver, essa adversidade continuará a se perdurar.
Portanto, torna-se fulcral combater os alicerce das dificuldades do ensino infantil. Destarte, cabe ao Estado- responsável por assegurar os direitos individuais e coletivos-, na figura do Ministro da Educação, promover, por meio da criação de programas que incentivem e garantam a capacitação aos docentes, visando a construção de um perfil estudantil e profissional. Por conseguinte, uma das pedras no caminho dos brasileiros poderá ser removida.