Inequivocamente, na obra televisiva As Aventuras de Poliana, evidencia-se como atitudes pautadas na empatia, no bem-estar e na reflexão crítica podem impulsionar transformações sociais. Analogamente, na sociedade hodierna, constata-se que problemáticas como os desafios da inclusão de pessoas com autismo configuram-se como entraves ao desenvolvimento do país. Nesse contexto, tais desafios decorrem da inércia estatal e da omissão social, fatores que perpetuam essa conjuntura alarmante.
No limiar da discussão, cumpre pontuar a premente relevância da inércia estatal, cuja ausência de políticas públicas eficazes intensifica os desafios que permeiam a problemática em pauta.
Consoante o Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 46,1% das pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com 25 anos ou mais de idade encontram-se no grupo sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. À vista desse panorama, percebe-se que a inércia estatal perpetua desigualdades e enfraquece o tecido social. Desse modo, torna-se indispensável promover ações para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Sob essa ótica, a omissão social reflete a indiferença humana, perpetuando os desafios da inclusão de pessoas com autismo e dificultando mudanças estruturais. À luz da frase de Martin Luther King Junior “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”, evidencia-se que a passividade diante das injustiças legitima problemas sociais e reforça a negligência. Assim, é imprescindível que a sociedade reconheça seu papel na promoção de mudanças concretas e humanizadoras.
Diante do exposto, impõe-se salientar que, inspirando-se na empatia e na reflexão crítica destacadas em As Aventuras de Poliana, o Ministério da Educação (MEC) — órgão responsável pela educação no Brasil, deve promover campanhas e projetos educativos, como oficinas, clubes e palestras sobre os desafios da inclusão de pessoas com autismo, voltados à conscientização de jovens e famílias. Outrossim, conduzidas por profissionais capacitados, tais ações contribuirão para fortalecer a cidadania e consolidar uma sociedade mais justa e sensível às demandas coletivas