Ao longo da história, o Brasil tem enfrentado inúmeros desafios sociais que comprometem o pleno exercício da cidadania e o desenvolvimento humano. Nesse contexto, destaca-se a problemática relacionada aos desafios da preservação da saúde mental dos jovens em uma sociedade digitalizada que se revela preocupante diante de suas consequências éticas, sociais e culturais. Tal cenário é agravado pela exposição constante às redes e comparação social e pela falta de políticas públicas de apoio psicológico nas escolas, fatores que perpetuam a situação e dificultam a construção de uma sociedade mais justa. Diante disso, torna-se imprescindível analisar as origens e os impactos desse problema, bem como discutir medidas que possam efetivamente solucioná-lo.

Em primeiro plano, é fundamental compreender que o problema em questão não surgiu de forma isolada, mas é fruto de um processo histórico e estrutural que reflete a desigualdade presente na sociedade brasileira. De acordo com o filósofo Jean-Jacques Rousseau, “o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”, evidenciando que as falhas sociais influenciam o comportamento e o desenvolvimento do indivíduo. Sob essa perspectiva, a cultura da produtividade e pressão por sucesso, aliada à ausência de políticas públicas eficazes e à negligência governamental, contribui para a permanência do quadro atual. Assim, a falta de investimentos adequados e de políticas preventivas reforça o descaso com o bem-estar coletivo e a violação dos direitos fundamentais.

Além disso, é importante destacar as consequências dessa realidade para o contexto social brasileiro. O tabu em torno da saúde mental e estigma social, intensifica o problema, resultando em efeitos psicológicos que atingem diretamente a população e compromete a coesão social. Nesse sentido, a filósofa Hannah Arendt defende que a indiferença diante das injustiças é o que permite sua continuidade, o que se aplica perfeitamente a essa situação. A permanência dessa problemática demonstra a fragilidade das ações educativas e institucionais, que deveriam promover conscientização e engajamento coletivo. Assim, torna-se evidente a necessidade de intervenções efetivas que priorizem a equidade, o respeito e a cidadania.


Diante do exposto, é indispensável que o Ministério da Educação em parceria com o Ministério da saúde, crie programas de apoio psicológico em escolas e universidades, promovendo ações educativas e campanhas de conscientização sobre a importância da saúde mental. Essa iniciativa deve ocorrer por meio de parcerias com profissionais da área e mídias digitais, a fim de estimular o pensamento crítico e o engajamento cidadão. Paralelamente, organizações não governamentais devem atuar na orientação e no apoio à população afetada, promovendo ações de inclusão e acolhimento. Dessa forma, será possível minimizar os impactos dessa problemática e construir uma sociedade mais justa, ética e comprometida com o bem-estar coletivo — conforme os princípios da Constituição Federal de 1988.