Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, na modernidade líquida, os laços humanos tornaram-se frágeis e transitórios, acompanhando a velocidade e a superficialidade das interações modernas. De maneira análoga, a sociedade contemporânea, impulsionada por avanços tecnológicos, vive relações mediadas por telas, nas quais a conexão virtual muitas vezes substitui o contato presencial. Diante disso, é urgente debater como o uso excessivo de redes sociais, pode fragilização da saúde mental, exigindo soluções que equilibrem o bem-estar humano.
Nesse contexto, é válido considerar o avanço das tecnologias digitais, especialmente das redes sociais, como fator determinante para a ampliação da dependência tecnológica na sociedade contemporânea. De acordo com o documentário da Netflix O Dilema das Redes (2020), essas ferramentas são projetadas para estimular a permanência constante do usuário, por meio de algoritmos que oferecem conteúdos personalizados e altamente atrativos. Sob essa ótica, é nítido que o uso excessivo desses meios compromete a qualidade das interações presenciais e provoca a substituição gradual do contato físico pelo virtual, gerando relações mais superficiais. Assim, torna-se evidente que a lógica de funcionamento das redes sociais incentiva padrões de comportamento que, embora facilitem a comunicação, favorecem o isolamento social e reduzem a profundidade dos vínculos humanos.
Outrossim, é pertinente analisar a fragilização da saúde mental como uma das consequências mais preocupantes do uso excessivo das tecnologias digitais. Conforme aponta o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, na obra Sociedade do Cansaço, o ritmo acelerado de produtividade e a constante exposição a estímulos informacionais geram esgotamento psicológico e adoecimento emocional. A partir dessa perspectiva, observa-se que a hiperconectividade e a pressão por manter uma presença ativa nas redes sociais intensificam quadros de ansiedade, depressão e baixa autoestima, sobretudo entre os jovens. Logo, é evidente que a dinâmica de funcionamento do ambiente virtual, ao impor padrões inalcançáveis e sobrecarga mental, compromete significativamente o bem-estar individual e demanda estratégias de conscientização e equilíbrio no uso das ferramentas digitais.
Portanto, tornam-se evidentes os desafios ocasionados pelo uso excessivo das redes sociais e a fragilização da saúde mental na sociedade contemporânea. Dessa maneira, é imprescindível que o Governo Federal-órgão máximo responsável pela ordem social- juntamente com escolas promovam políticas públicas voltadas à educação digital e ao suporte psicológico para usuários afetados pela conexão excessiva. Isso deve ocorrer por meio da implementação de programas educativos e de campanhas de conscientização sobre o uso responsável das tecnologias, com o intuito de preservar o bem-estar individual e fortalecer as relações sociais, minimizando os impactos negativos causados pela tecnologia.