Apesar de a Constituição ser frequentemente desrespeitada, ainda há quem acredite no futuro da nação. A música “Que país é este?”, da banda Legião Urbana, denuncia diversos problemas sociais que permeiam a realidade brasileira. Entre eles, destaca-se a urgência de se enfrentar os desafios e soluções para um futuro sustentável, diante do descaso governamental e da influência midiática, que frequentemente perpetuam hábitos nocivos ao meio ambiente. Assim, torna-se essencial implementar ações estratégicas para assegurar a harmonia social e ambiental.

Em uma primeira análise, é imprescindível ressaltar o papel do Estado na promoção de políticas públicas voltadas à preservação ambiental e ao uso racional dos recursos naturais. Conforme aponta Gilberto Dimenstein, em “O Cidadão de Papel”, o Brasil ainda se caracteriza pela aplicação limitada de mecanismos legais, deixando a cidadania restrita ao campo teórico. Sob esse prisma, observa-se que a negligência estatal em relação à sustentabilidade compromete o desenvolvimento de um modelo de sociedade ecologicamente equilibrada, perpetuando impactos ambientais negativos e prejudicando a qualidade de vida das gerações futuras.

Além disso, a mídia exerce papel crucial na formação da consciência coletiva, sendo capaz de reforçar ou mitigar práticas insustentáveis. O filósofo Pierre Bourdieu ressalta que os meios de comunicação, originalmente concebidos como instrumentos democráticos, não devem servir como mecanismos de opressão ou desinformação. Entretanto, conteúdos midiáticos frequentemente romantizam o consumo exagerado e o desperdício de recursos naturais, ao passo que negligenciam a discussão sobre os reais desafios de transição para práticas sustentáveis. Esse cenário contribui para a difusão de comportamentos ambientalmente prejudiciais e para a persistência da desinformação, tornando urgente a responsabilização da mídia pela educação e conscientização socioambiental.

Diante disso, cabe ao Estado, como promotor do bem-estar coletivo, contemplando campanhas de educação ambiental, incentivos fiscais a empresas ecologicamente responsáveis e fiscalização rigorosa de práticas poluidoras. Tais medidas visam combater o descompromisso coletivo com a sustentabilidade, fortalecendo a cultura de responsabilidade ambiental e garantindo condições adequadas para um futuro sustentável, em consonância com os princípios apontados por Dimenstein.