O período da Revolução Industrial na Europa teve como grande marco o aperfeiçoamento das máquinas e intensa industrialização, contudo, sustentado nas abusivas explorações de trabalho, inclusive o infantil. De forma análoga, observa-se ainda, no Brasil, a persistência dessa realidade entre crianças, visto que a desigualdade social e a precária vigilância agravam a problemática no país. Logo, por meio do Estado e do corpo social, torna-se imprescindível sanar essa questão.

Sob esse viés, analisa-se a ineficácia governamental perante o contexto. Segundo o inciso XXXIII do artigo 7 da Constituição Federal de 1988, toda e qualquer forma de trabalho é ilegal a menores de 16 anos, exceto nas condições de aprendiz a partir de 14 anos. Porém, nota-se uma infração no quadro vivenciado, pois, além da desigualdade social submeter os jovens ao trabalho informal, a falta de fiscalização estatal promove maior adesão a essa realidade. Assim, fica claro o dever do governo na erradicação do exposto.

Ademais, percebe-se omissão por parte da sociedade. Segundo Graciliano Ramos, romancista brasileiro, "A sociedade é indiferente ao sofrimento dos pobres". Isso, de fato, confirma-se ao cenário no pais, dado que o trabalho infantil acomete os mais necessitados, sendo assim normalizado pelo coletivo que enxerga como única saída para esses jovens. Desse modo, faz-se necessário uma reformulação no olhar social em vista do panorama.

Portanto, passam a ser intrinsecos os ajustes nas esferas políticas e sociais. Cabe, assim, ao Ministério do Trabalho e Emprego viabilizar medidas eficazes quanto à fiscalização do trabalho ilegal infantil, como o aumento de profissionais especializados para verificação. Outrossim, o corpo social tem de deixar a conivència e atuar como promotor da lei, por meio da denúncia e apoio às vítimas. Em suma, conclui-se que tais medidas podem contribuir com a erradicação da problemática no Brasil, para cessar a adversidade presente desde a Revolução Industrial.