Sob a perspectiva do escritor e político Darcy Ribeiro, “A coisa mais importante para os brasileiros é inventar o Brasil que nós queremos“. Tal pensamento, porém, ainda não foi convertido em realidade, uma vez que, embora a população busque por um país livre de problemas, existem dificuldades a serem superadas, como os desafios para a promoção da cultura de adoção. Dessa forma, cabe analisar os principais causadores que sustentam essa problemática como a negligência governamental e a falta de debate.
Diante desse cenário, é válido destacar a omissão estatal como um dos principais motivadores do problema. Acerca disso, segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes “É dever do estado garantir os serviços necessários para o bem-estar da nação“. De maneira análoga, de acordo com a citação, logo vemos a ausência do cumprimento da mesma, visto que o poder público não dá a mínima importância às crianças e jovens que depende da aceitação de seus pais adotivos e que sofrem, muitas vezes, por não atingirem as preferências instaladas pela sociedade, tais quais, não ter deficiência física ou cognitiva, não ter irmãos, ser da cor branca, entre outros. Sendo assim, é imprescindível que a máquina pública tome providências que visem reverter esse padrão criado pelo corpo social diante da adoção.
Além disso, é imperativo ressaltar que a falta de debate impulsiona os obstáculos na cultura adotiva. Nesse sentido, Habermas traz uma contribuição relevante ao defender que a linguagem é uma verdadeira forma de ação. Desse modo, para que um problema como os entraves na adquirirão do processo adotivo seja resolvido, faz-se necessário debater sobre como esses indivíduos ficariam gratificados por saberem que a população brasileira reconheceu a importância do acolhimento familiar, e que as taxas de possibilidade ao vivenciar um novo lar estão aumentando. Logo, trazer a pauta da dificuldade de realizar uma adoção e debatê-lo amplamente aumentaria a chance de reversão do caso em questão.
Portanto, algumas medidas são indispensáveis para a resolução dos desafios supracitados. Para isso, cabe ao Ministério da Cidadania, enquanto responsável por políticas cidadãs, propagar dados e pesquisas que revelem a gravidade na falta da promoção da cultura de adoção no Brasil, por meio de plataformas midiáticas de destaque como emissoras de televisão e aplicativos de grande influência, a fim de atingir o maior contingente possível e conscientizá-los. Feito isso, a questão deixará de ser um problema no contexto verde-amarelo, conforme o desejo de Darcy Ribeiro.