No livro "O Contrato Social", Jean-Jacques Rousseau afirmou que o Estado, mediante legalidade, deve assegurar a harmonia do corpo social e garantir as vontades da comunidade. Todavia, no Brasil, os desafios no enfrentamento dos impactos causados por influenciadores digitais apresentam divergências em relação à tese do filósofo, que, uma vez que, de forma a imagem idealizada promovida por influenciadores afeta a autoestima e a saúde mental dos seguidores, especialmente dos jovens. Desta forma, para mediar os pilares que sustentam a problemática, deve-se abordar dois aspectos: a mentalidade coletiva e a ineficácia das esferas de poder.
Diante desse cenário, é necessário aprofundar o comportamento social. Nesse sentido, na obra "Cândido Otimismo", Voltaire faz uma crítica à sociedade das aparências, em que o otimismo interfere na reflexão e camufla a dura realidade. Sob essa linha de raciocínio, é possível traçar um paralelo entre as redes sociais, em especial o Instagram, e a afirmação do escritor, pois essa plataforma também mascara algo real: a produção de dopamina - neurotransmissor responsável pela sensação de prazer, por sua vez, leva ao vício em estímulos imediatos, como apostas, jogos de azar e criptomoedas. Muitos jovens são atraídos por essa prática e, frequentemente, enfrentam prejuízos financeiros que podem chegar a milhões de reais além de afetar a saúde mental de quem usufruir. Com o efeito, deixa de ser analisar a interação dos adolescentes com os aparelhos eletrônicos, intensifica os vieses.
Além disso, é importante destacar o fato governamental. A esse respeito, em "O Leviatã", Thomas Hobbes defendeu a ideia de que, em troca de segurança e bem-estar, todos deveriam entregar a sua liberdade a um governo. No entanto, no estado brasileiro contemporâneo, os impactos causados por influenciadores não atendem à ideia do autor. Isso porque, embora as diretrizes da plataforma não permitam a presença de menores de idade, a fiscalização governamental é ineficaz para banir estes inaptos dessa rede online. Nesse prisma, a necessidade de estabelecer diretrizes claras que obriguem os influenciadores a divulgar parcerias comerciais de forma transparente evita a desinformação. Dessarte, as autoridades competentes têm papel fundamental na perpetuação de reveses.

Depreende-se, portanto, que o desafio no enfrentamento dos impactos causados por influenciadores digitais apresenta atenuação. Logo, o Ministério das Comunicações, por meio da coparticipação de um psicólogo no canal de transmissão deve responder aos questionamentos sobre a autoestima dos seguidores. Dado isso, as finalidades serão duas: orientar os espectadores a respeito dos jogos de azar e banir menores de 18 anos do aplicativo. Feitos esses pontos com a criticidade de Voltaire e a legalidade proposta por Rousseau; o Brasil viverá o bem-estar proposto por Hobbes.