O trabalho dignifica o homem, é o que afirma o sociólogo Max Webber em seus estudos sobre o tema. Tal constatação pode ser considerada verdadeira, uma vez que o trabalho, além de promover um movimento econômico e financeiro, também pode ser considerado um meio de desenvolvimento da vida social e de habilidades interpessoais do ser humano. Entretanto, ainda que portador e uma dignidade para a vida humana, o trabalho também carrega uma série de desafios, os quais se apresentam logo na tentativa de inserção do indivíduo no mercado de trabalho. Esses desafios têm formas variadas, mas ganham destaque, por sua maior incidência, aqueles enfrentados por mulheres e aqueles decorrentes da pandemia da Covid-19.

O mercado de trabalho nunca foi favorável às mulheres. Desde que a mulher passou a ter a possibilidade de trabalhar fora do ambiente doméstico ela enfrenta desafios, e muitas vezes deve fazer o dobro do esforço regularmente empregado para ser apenas considerada. Esse comportamento observado no mercado se justifica pelo fato de que os empregadores, em sua maioria, são levados por afirmações preconceituosas perpetuadas ao longo da história, como a que diz que "mulheres são seres emocionais, portanto não trabalham focadas", ou a que defende que "homens são mais tranquilos de lidar". Somado a tais absurdos tem o fato de que mulheres podem engravidar. Não raras vezes, formulários de aplicação a vagas de trabalho perguntam sobre a existência ou não de filhos, assumindo que, caso os tenha, ou considere ter, a mulher representará um incômodo ao empregador.

Ademais, há também os desafios decorrentes da pandemia da Covid-19. Dentro do contexto pandêmico, as empresas não só se viram obrigadas a migrar para o digital como também a encontrar meios de se manterem funcionando em um cenário econômico fortemente instável. Esses fatores impulsionaram os empresários a demitir funcionários em nome da sobrevivência da empresa, fazendo com que um mercado já cheio de candidatos se tornasse ainda mais abarrotado. Os desafios já existentes foram escalados a níveis superiores uma vez que, além do aumento do número de desempregados, o contexto econômico e financeiro do país se encontra prejudicado, com índices de inflação altíssimos.

Diante de tais cenários, a recuperação da economia mundial se apresentaria como grande parte da solução dos problemas, uma vez que em um mercado aquecido, com índices econômicos estáveis, a taxa de desemprego é menor. Além disso, a desconstrução de pensamentos preconceituosos a respeito da mulher no mercado de trabalho também deve ser incentivada, para que e assim elas participem em pé de igualdade dos processos seletivos e do mercado em si. Postas em prática tais sugestões as chances de uma melhor inserção no mercado aumentam, possibilitando aos sujeitos a garantia não só de sua subsistência como também da dignidade própria do trabalho.




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