"O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles". Essa assertiva, da célebre filósofa Simone de Beauvoir, pode facilmente ser aplicada ao comportamento da sociedade diante das mudanças climáticas mundiais, já que mais escandaloso que a ausência de ações efetivas para combater essa problemática é o fato da população brasileira se habituar a essa realidade. Isso ocorre não só por conta da negligência governamental, como também pela ineficácia das leis.
Nessa perspectiva, é notório, primeiramente, que a apatia governamental é a base desse infortúnio. Dentro desse aspecto, o sociólogo Émile Durkheim afirma que a função do Estado, enquanto garantidor da liberdade dos indivíduos, é gerenciar as questões relacionadas ao bem-estar da coletividade.Contudo,pela concepção de Durkheim, o estático governo brasileiro encontra-se em desconformidade com a sua função social, uma vez que soluções para atenuar os efeitos das mudanças climáticas não estão sendo elaboradas ou acatadas por parte do Estado. Consequentemente, sem a existência de um sistema climático equilibrado, os efeitos negativos das mudanças climáticas como a intensificação de chuvas, maior frequência de furacões e ondas de calor devastadoras vão ser sentidos por toda a população mundial.
Além da negligência governamental, é fundamental observar, também, acerca da ineficácia das leis, já que ambos contribuem para a persistência dessa problemática. Sob esse viés, de acordo com Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos, "A aplicação das leis é mais importante que sua elaboração". Entretanto, a ideia de Jefferson não se faz presente no Brasil hodierno, uma vez que mesmo com leis que evidenciem a necessidade de cuidado com o meio ambiente, a aplicabilidade das mesmas é ineficaz. Por consequência, crimes ambientais, como o desmatamento de florestas e matas ciliares, continuam perpetuando em solo nacional, que, por conseguinte, graças a destruição arbórea, afeta o sistema climático do planeta.
Torna-se evidente, portanto, que medidas sejam tomadas para combater os efeitos das mudanças climáticas. Para isso, é fucral que o Ministério do meio ambiente, responsável pela inserção do desenvolvimento sustentável, trace planos efetivos para atenuar as modificações climáticas. Essa iniciativa ocorrerá por meio de políticas educacionais em universidades públicas que, com o investimento e incentivo necessário, serão redirecionadas a pesquisas acadêmicas sobre meios de preservar a temperatura e o clima do país. Isso será feito a fim de melhorar a qualidade de vida da população e preservar o meio ambiente.