Na obra "utopia", do escritor Thomas More, é retratada uma sociedade livre de conflitos e problemas. Entretanto, o que vemos na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a valorização das mulheres que realizam trabalhos de cuidados apresenta barreiras, tais como a falta de apoio familiar e o descaso governamental.
Diante desse cenário, fica explícito o quanto a falta de apoio familiar impacta a vida das mulheres que realizam trabalhos de cuidados, uma vez que elas não recebem apoio familiar quando precisam cuidar de pais acamados ou filhos doentes; sob a perspectiva de Hannah Arendt, as mulheres são privadas da visibilidade pública; isso se deve ao fato de sempre serem obrigadas à permanecerem em casa, cuidando de quem precisa, sem nenhum tipo de ajuda por parte da família, resultando em sua ausência no mercado de trabalho e exclusão da vida social.
Além disso, o descaso governamental diante do tema é óbvio, já que não fazem questão de mudar a realidade vivida. Sob esse viés, o descaso por parte do governo acaba tornando o tema ainda mais silenciado, pois não criam campanhas de combate ao problema e nem alertam a população sobre a importância de valorizar as mulheres que trabalham com cuidados em casa. Como cita Thomas Hobbes, é dever do governo criar meios que auxiliem o pregresso de toda a coletividade.
Portanto, é dever do governo, em conjunto com as mídias socias, criar campanhas que tenham como objetivo alertar a população sobre a importância de auxiliar a amparar as mulheres que trabalham com cuidados em casa; a família -primeiro ciclo social de todo indivíduo-, deve, também ser mas empática com aquela mulher que abdica tudo ao seu redor para cuidar da família, não deixando tudo para apenas uma pessoa fazer; conseguindo, assim, fazer com que a realidade da obra "utopia" esteja cada vez mais próxima de ser alcançada pela nossa sociedade.