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Por Marianapudim
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#102381
Em "O Auto da Barca do Inferno", Gil Vicente, o pai do teatro português, tece uma crítica ao comportamento vicioso do século XVI. Analogamente, fora da ficção, o Brasil demonstra as mesmas conotações no que se refere à dependência química - caracterizada como uma doença crônica - de uma substancial parte da população, o que costuma acarretar impactos grandes para a vítima, como: dificuldades para cuidar de si mesma e até para conviver em sociedade, devido ao preconceito dos demais. Dessa forma, configura-se um delicado problema em virtude de uma lacuna educacional e da falta de cuidado da família.
Sob esse viés, vale apontar como uma das causas para a resolução desse problema, uma falha no sistema de ensino. Sêneca explica que a educação exige os maiores cuidados porque influi sobre toda a vida. De acordo com ele, cabe ressaltar que a escola tem um papel de grande valor para o futuro dos jovens, tanto de maneira intelectual, quanto social, já que eles passam um considerável periodo da vida lá. Para tanto, é fundamental que, nesse ambiente escolar, seja ensinado aos alunos, desde o ensino básico, as consequências da dependência química causada tanto pelo consumo de produtos ilícitos, como lícitos também, para que assim, possa ser evitado um futuro cenário infeliz.
Ademais, outra dificuldade enfrentada é a falta de atenção e zelo dos pais para com o filho. De acordo com Talcott Parsons, a família é uma máquina que produz personalidades humanas. Nesse sentido, se ela não utilizar este poder de maneira adequada, isto é, ensinar aos jovens, desde pequenos, a enfrentar os problemas de modo responsável e racional, eles poderão ficar perdidos ao ponto de recorrerem às drogas, ao álcool e à automedicação, como forma de fugir dos conflitos. Assim, nota-se a necessidade da família se aproximar dos filhos com um olhar mais cuidado e atencioso.
Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Para informar a população acerca dos perigos causados pela ingestão desses produtos químicos, urge que o Ministério da Educação crie, por meio de palestras nas escolas, uma campanha de conscientização. Tal ação pode, ainda, conter a participação de psicólogos que orientem de maneira eficaz melhores formas de lidar com os problemas - desde os menores, até os maiores. Assim, a lacuna educacional será preenchida e os futuros jovens terão uma postura mais atenta e crítica acerca do perigo que é o consumir drogas e derivados.
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