No livro “espírito das leis”, Montesquieu ressalta a importância de examinar as relações sociais da sociedade, para depois criar leis adequadas e promover a evolução coletiva. Nesse ínterim, no tocante à questão dos impactos das fake news em situações emergenciais relacionadas a segurança pública brasileira, nota-se que a problemática apontada destoa do preconizado pelo pensador, uma vez que é notório o crescimento desse mal social. É importante enunciar a questão sociocultural e a questão da insuficiência legislativa como os pilares de sustentação dessa chaga.
Inicialmente, deve-se destacar o diálogo como passo fundamental na evolução social, conforme assegura o pensador Habermas. A falta de incentivo na prática de debates voltados para o supracitado tema, coíbe a disseminação de informação e consequentemente as pessoas que são vítimas de fake news acabam se omitindo e se calando diante de uma suposta impotência.
Em segundo lugar, deve-se mencionar a questão constitucional, onde, no dizer de Jacque Rousseau, os cidadãos cedem parte dos seus direitos adquiridas de forma natural, para que o Estado garanta direitos intransigente. Todavia, a realidade contrasta o pensamento de Rousseau, pois a manutenção do direito de outrem é prejudicada quando alguém não cumpre obrigações positivas e compromete o convívio social, sem contudo, haver uma intervenção eficaz do Estado, como é possível verificar nos casos de impunidade diante dos algozes que propagam essas falsas notícias.
Então, de acordo com o que foi supramencionado, como forma de mitigar essa patologia social, a imprensa através dos programas de rádio e televisão deverá promover debates envolvendo especialista no tema fake news, com o fulcro de disseminar informação e também apontar as consequências legais de tal prática. para tanto, o Estado deverá criar um projeto em parceria com o Ministério das Comunicações. Assim, com o diálogo preconizado por Habermas e com a justiça dita por Rousseau, a sociedade alcançará a evolução coletiva mencionada por Montesquieu.