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Por WagnerNeto
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Já dizia Paracelso, médico suíço do século XVI, que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Atualmente, há discussões a respeito do hábito de boa parte da população brasileira de tomar medicamentos sem a prescrição dos profissionais da saúde, de se existiria ou não algum problema nisto. Em verdade, tal prática é extremamente perigosa para os indivíduos que nela incorrem, haja vista eles ficarem viciados nesses tóxicos, bem como os problemas físicos e mentais que se originam em decorrência de seu uso excessivo. Assim, cabe ao Poder Público corrigir este cenário.

De início, o abuso de remédios pode ocasionar dependência química nos usuários. A ausência de fiscalização nas farmácias encoraja os seus trabalhadores a vender tais medicamentos independente de receita. Outrossim, pessoas mal informadas podem, por conseguinte, comprar tóxicos inadequados para o tratamento de seu quadro clínico, muitas vezes em quantidade exagerada. Desta forma, caso o remédio seja forte demais para o organismo do sujeito, ou caso ele ingira doses além do recomendado e por longo período de tempo, seu corpo pode acostumar-se com a presença destas substâncias, o que pode fazer as células pararem de produzir determinadas moléculas essenciais para o bom funcionamento da saúde e viciar o indivíduo.

Ademais, o mau uso dos medicamentos tem por efeito sequelas na constituição física da pessoa. Por exemplo, no Brasil o aborto não é descriminalizado, levando as mulheres a recorrerem a anticoncepcionais, como a “pílula do dia seguinte”, ou a outros remédios cheios de hormônios femininos, que podem eventualmente causar disfunção hormonal e, inclusive, ocasionar doenças vasculares como a trombose, a qual pode resultar em óbito quando o coágulo se desprende e vai parar nos pulmões. Além disso, pessoas com tendências suicidas geralmente compram grandes quantidades de medicamento para tomar de uma vez só, o que pode causar, senão a morte, pelo menos lesão em órgãos importantes, como no caso do excesso de Paracetamol, o qual implica na perda da função hepática e na necessidade de transplante de fígado. Logo, a não observância das normas de saúde pode custar caro para o organismo dos sujeitos.

Em vista disso, esta triste realidade precisa ser alterada pelo Estado. Portanto, é imperioso que o Ministério da Saúde crie entidades voltadas a fiscalização de farmácias, a fim de que tais empresas se sintam coagidas a respeitar a imprescindibilidade das receitas médicas. Tal controle pode se dar por meio de advertências e outras sanções, como a imposição de multas pesadas ou até mesmo a interdição do estabelecimento.
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