O sociólogo espanhol Manuel Castells afirma que “um país educado com internet progride; um país sem educação usa a internet para fazer ‘estupidez’”. No contexto brasileiro atual, é evidente a presença de inúmeros perigos causados pela influência digital. Nesse viés, observa-se que os golpes financeiros e a distorção de imagem propagada pelas mídias sociais agravam essa problemática.

Em primeira análise, o aumento de golpes nas redes sociais é alarmante na sociedade contemporânea. Conforme o portal G1, nos últimos anos, a influenciadora Virginia Fonseca esteve envolvida em campanhas de marketing para casas de apostas, utilizando seu público como meio de divulgação dessas atividades. Nesse cenário, muitas pessoas que acessam o meio digital não possuem a devida consciência das consequências que as apostas podem causar, como a perda de dinheiro e o desenvolvimento de vícios. Enquanto essa questão persistir, torna-se fundamental compreender o alcance e as responsabilidades éticas dessas ações.

Ademais, cabe ressaltar a distorção de imagem propagada por influenciadores digitais. Nesse sentido, o jornal Metrópoles noticiou que Maya Massafera associou a magreza a um padrão estético ligado à elite, diferenciando-se de pessoas de classes sociais mais baixas por seus corpos “mais cheinhos”. Constata-se que a fala da influenciadora reforça visões elitistas e sem fundamento, ignorando contextos históricos e culturais. Consequentemente, a comunidade que a acompanha fica sujeita à alienação e a pressões estéticas nocivas. Esses comportamentos, portanto, precisam ser analisados pelos órgãos responsáveis, a fim de que prestem o devido auxílio.

Diante dos fatos supracitados, faz-se urgente a adoção de medidas interventivas. Para isso, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação — órgão responsável por gerir o ensino no país —, deve promover palestras com profissionais da tecnologia e da psicologia, visando alertar a população sobre os perigos da influência digital. Tais ações podem ser transmitidas em rede nacional e divulgadas nas redes sociais, visando alcançar um número maior de pessoas. Dessa forma, amplia-se o conhecimento da sociedade sobre o tema e, consequentemente, reduz-se a vulnerabilidade frente às ameaças do mundo digital. Assim, o país poderá ser educado para não cometer “estupidez”, conforme pontua Castells.