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Por Karine095m
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No quadro "Os operários", obra da pintora brasileira Tarsila de Amaral, é retratado um processo de industrialização marcado pela diversificação da mão de obra e sua variedade étnica onde a artista revela pelas expressões dos operários a sensação de tristeza, indiferença e cansaço causados a estes pelas péssimas condições de trabalho os quais estavam submetidos. Ao sair da obra, a realidade se mostra análoga a representação de Tarsila, onde se destaca a desvalorização da mão de obra. Fica explícita a necessidade de compreender o que motiva essa desvalorização e as consequências que o abalo na estrutura do trabalho formal apresentam a dinâmica social.
Sobre esse viés, é notória a relação que o atual corpo social possui com a dinâmica colonialista, marcada pela exploração intensiva e péssima remuneração. Isso é evidenciado na persistente valorização pela quantidade e não pela qualidade do que é produzido, acarretando na sobrecarga do trabalhador que mesmo "livre" se situa numa situação análoga a escravidão, gerada pela desigualdade e desvalorização de seu trabalho. O historiador e sociólogo brasileiro Sérgio Buarque de Holanda confirma essa dinâmica ao destacar que "Não desapegamos da primeira dinâmica de sociedade, continuamos reproduzindo seus valores políticos e econômicos, assim como o entendimento de desenvolvimento, que permanece conturbado". Dessa forma, é evidente que a falta de formalidade que deveria ser característica do trabalho humanitário permanece como um hiato constitucional, aumentando tanto a desigualdade social quanto as insalubres condições de trabalho que para alguns continua sendo o principal meio de subsistência.
Outrossim, além da carga colonial, o avanço tecnológico em comunhão com as empresas virtuais trazem a mensagem de pseudo-autonomia e flexibilidade, porém a realidade dos que optam é de mais horas de trabalho com menor rendimento. Segundo a agência de pesquisa IBGE, em 2022, 1,5 milhão de pessoas trabalharam por meio de aplicativos de serviços no país, evidenciando a massificação do trabalho informal quando na verdade se faz necessário a formalidade do mesmo, afim de evitar os riscos e desamparos sofridos pelos trabalhadores que ainda se situam nesse tipo de trabalho. Sobre essa ótica, mesmo não havendo uma prisão visível, é notório o esgotamento dos trabalhadores e o descaso governamental, comprometendo tanto a economia quanto os direitos fundamentais ao cidadão prometidos em constituição.
Portanto, se faz nítido a necessidade de humanizar o trabalho e melhorar a qualificação dos indivíduos afim de conseguirem alcançar o mercado de trabalho, assim como ampliar a eficiência das leis que cercam os meios de produção. Para isso é fundamental que o Poder Executivo Federal, mais especificamente o Ministério do Trabalho e Emprego articule a regulamentação dos documentos trabalhistas e incentive a fiscalização destes. Tal iniciativa ocorrerá pela implementação de um projeto nacional de formalização dos trabalhos, o qual melhore a remuneração dos trabalhadores e o ambiente o qual exerce sua função, com os devidos direitos. Assim, a obra de Tarsila deixará de simbolizar a realidade, sendo somente uma marca pela busca de identidade nacional.
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