"Não são as crises que mudam o mundo, e sim a reação a elas". Mediante o pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman, compreende-se que, com os meios eficazes, a sociedade brasileira pode superar os desafios relacionados à persistência do trabalho análogo à escravidão, responsáveis por configurar um cenário preocupante. É preciso analisar, pois, a omissão governamental e a ausência de fiscalização como um dos elementos propulsores do imbróglio.

Inicialmente, é relevante destacar a ineficiência governamental como um dos pilares dessa problemática. Nessa perspectiva, o filósofo John Locke defende que é dever do Estado garantir os direitos naturais, como a vida, a liberdade, e a propriedade. Todavia, essa premissa não é cumprida na realidade brasileira, uma vez que o poder público não consolida políticas públicas que assegurem a proteção e a dignidade do trabalhador, como o fortalecimento das leis trabalhistas. Assim, enquanto esse impasse persistir, será difícil combatê-lo.

Ademais, a ausência de fiscalização é outro fator que agrava o problema. No cenário contemporâneo, o trabalho análogo à escravidão ainda persiste em algumas regiões do Brasil, como em oficinas de costura, em que as pessoas vulneráveis são submetidas às condições desumanas, com jornadas exaustivas e a falta de remuneração adequada. Logo, é essencial superar esses entraves alarmantes.

Portanto, medidas precisam ser tomadas para enfrentar esses desafios. Cabe ao Governo Federal, em parceria com o Ministério do Trabalho, implementar políticas públicas que assegurem a dignidade do trabalhador. Isso inclui o repasse de verbas federais, para investir na contratação de agentes para fazer o monitoramento das regiões mais vulneráveis a ocorrência do trabalho escravo a fim de erradicar prática no país. Além disso, o Congresso Nacional deve aprovar projetos de leis, como uma Proposta de Emenda à Constituição que fortaleça a legislação trabalhista e estabeleça punições aos responsáveis por submeter as vítimas sob condições desumanas. Espera-se, com essas iniciativas, alinhar-se ao pensamento do ilustre sociólogo Bauman.