Conforme a DUDH, Declaração Universal dos Direitos Humanos, "Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a saúde e o bem-estar". Contudo, apesar da saúde ser um direito de todos, diversas mulheres e homens trans ainda sofrem com a pobreza menstrual, o que torna a garantia da dignidade e da saúde um desafio enfrentado por grande parte da população brasileira. Isso ocorre devido a desigualdade econômica e à falta de infraestrutura adequada.
Diante desse cenário, é válido destacar que muitas pessoas não têm recursos financeiros suficientes para comprar produtos de higiene menstrual todos os meses e, às vezes tem que escolher entre adquirir itens básicos de alimentação ou absorventes, por exemplo. Dados do site "Extra Globo" indicam que a renda anual dos 5% mais pobres é de R$1920, e esse grupo mais vulnerável precisa trabalhar até quatro anos só para pagar tampões. Assim, torna-se visível a necessidade de iniciativas do Estado para a erradicação desse problema.
Ademais, a ausência de infraestrutura apropriada é outra questão que deve ser discutida, já que isso não ocorre somente em casa, mas também em locais públicos, como nas escolas. Informações da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que, no Brasil, uma a cada quatro meninas faltam à escola durante o período menstrual e cerca de 4 milhões sofrem de privatização de higiene no ambiente escolar (acesso a absorventes, banheiros e sabonetes). Logo, se essa situação não for resolvida, a educação de várias jovens também será afetada.
É evidente, portanto, que medidas precisam ser tomadas. Para tanto, cabe ao Governo, por meio do Ministério da Saúde – órgão responsável por gerenciar e definir políticas públicas de saúde no Brasil – investir em locais públicos, principalmente em escolas, através de campanhas de distribuição de absorventes e de palestras educativas. Para que dessa forma, todas as mulheres tenham direito à dignidade e à saúde menstrual.