No livro É assim que acaba da escritora Colleen Hoover é retratada a violência contra a mulher quando Ryle trata sua esposa Lily de maneira desumana ao decorrer da trama. Fora da ficção fica claro que a realidade de Lily se assemelha a de mulheres brasileiras que sofrem violência física, moral, psicológica, sexual e patrimonial por parte de seus parceiros. Isso acontece principalmente devido ao machismo estrutural, mas também persiste por conta da dependência emocional gerada nas mulheres inseridas nesse tipo de relacionamento abusivo.

Em primeiro lugar é importante destacar que o machismo defende que o homem é superior à mulher e que ele tem poder sobre ela, toda a violência contra a mulher se origina dessa crença. Segundo Cazuza, que dizia "Eu vejo o futuro repetir o passado", é possível concluir que o machismo está enraizado historicamente na sociedade, ou seja, ele é estrutural. Assim é fato que o machismo é a principal causa da persistência do abuso contra a mulher no Brasil.

Além disso, outro motivo da persistência desse problema é a dependência emocional e financeira da mulher no relacionamento abusivo. Esse relacionamento é movido pela manipulação, onde o homem convence a mulher de que ela precisa dele, causando assim uma dependência emocional que a mantém vítima de violência. Um exemplo disso é a mãe do protagonista Theo Faber do livro A paciente silenciosa, que continua num casamento extremamente abusivo por parte de seu marido devido à manipulação e a relação dependente. Logo, fica claro que a violência contra a mulher persiste no Brasil por conta da dependência gerada nela.

Portanto, é de estrema urgência que o Estado tome providências para controlar o quadro atual. Urge que o Ministério da Mulher por meio da mídia providencie palestras para que mulheres vítimas de violência possam identificar seu relacionamento abusivo e saber como agir, também disponibilize terapia para quem sofre ou já sofreu desse problema, para erradicar os casos de violência contra a mulher no Brasil. Somente assim será possível evitar a realidade de É assim que acaba e A paciente silenciosa.