Aldous Huxley defende: "os fatos não deixam de existir só porque são ignorados". Sob tal perspectiva, a frase do escritor inglês é verificada no fenômeno do trabalho de cuidado realizado pela mulher, visto que no Brasil, há desafios para enfrentar essa invisibilização no mercado de trabalho. Nesse contexto, percebe-se um complexo problema enraizado na desigualdade de gênero e na ausência de representatividade.
Em primeiro plano, é preciso atentar para a desigualdade presente na questão. Segundo São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem as mesmas importâncias, além dos mesmos direitos e deveres. No entanto, essa realidade não é observada no trabalho de cuidado, uma vez que as mulheres são discriminadas pelo seu gênero, e com isso, são prejudicadas com seu salário desproporcional.
Ademais, a falta de representatividade ainda representa um grande obstáculo para a resolução da problemática. Sob tal prisma, Chimamanda Adichie alerta que, os estereótipos limitam o pensamento humano. Tais estereótipos proliferam devido à falta de representatividade, que está na raiz do trabalho de cuidado realizado pelas mulheres, pois não possuem uma representação adequada de lideranças tanto na mídia quanto na política para promover a igualdade salarial. Assim, é fundamental a resolução desse problema, por meio da promoção de narrativas plurais.
Portanto, urge que a desigualdade de gênero e a ausência de representatividade sejam abordados e dissolvidos. Para isso, cabe ao governo - como a entidade de maior hierarquia e importância no âmbito social - criar e realizar atividades de apoio à mulheres como a realização de palestras com especialistas do assunto. A fim de sensibilizar as pessoas sobre o respeito de gêneros diferentes e a importância da mulher para a sociedade. Tal ação pode, ainda, conter uma divulgação na mídia social, de modo que mais pessoas estejam ciente da questão em pauta. Dessa forma, os problemas poderão ser abordados e superados com maior eficácia.