A desigualdade social é um dos problemas mais persistentes do Brasil, marcada pela concentração de renda, pela falta de acesso a serviços básicos e pela exclusão de grande parte da população. Essa realidade é retratada no filme Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, que mostra a vida nas favelas cariocas e a ausência do Estado nesses territórios. A obra evidencia como a pobreza estrutural e a violência caminham juntas, refletindo a incapacidade do país de garantir oportunidades iguais a todos.

 Em primeiro lugar, é importante destacar que a desigualdade brasileira tem raízes históricas. Desde o período colonial, o país se organizou de forma concentradora, beneficiando as elites e marginalizando os mais pobres. Hoje, essa lógica se mantém: enquanto poucos acumulam riquezas, milhões vivem em condições precárias, com acesso limitado à educação, saúde e moradia. Em Cidade de Deus, jovens sem perspectivas encontram no tráfico de drogas uma forma de sobrevivência, revelando a falta de políticas públicas eficazes nas periferias.

 Além disso, a desigualdade está ligada à violência e à falta de oportunidades. O personagem Zé Pequeno mostra como o ambiente social influencia o destino individual, transformando vítimas da exclusão em agentes da criminalidade. Fora do cinema, essa realidade se repete: segundo o IBGE, as regiões periféricas concentram os piores índices de renda e segurança. A ausência do Estado perpetua um ciclo que impede a mobilidade social.

 Portanto, é essencial que o poder público invista em políticas de educação, emprego e moradia digna, especialmente nas comunidades carentes. Também é necessário que a sociedade valorize projetos culturais e educativos que promovam cidadania e inclusão social. Assim, será possível reduzir desigualdades e transformar realidades como as mostradas em Cidade de Deus, construindo um país mais justo e igualitário.