Presente em nossas vidas, o preconceito linguístico é algo que muitas vezes não damos a devida importância, mas para quem o sofre, pode causar consequências irreversíveis. Levar em conta uma região ou impor uma norma linguística para ser considerada como a língua correta, exclui as restantes, que as vezes podem ser faladas de uma forma, por não terem acesso a uma certa educação.
Conhecido por muitas gerações, o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, sofria por ter a fala considerada errada (que era assim por um problema de saúde, chamado, dislalia), que mesmo tendo a educação padrão como a dos seus colegas, não deixava de ser zombado pelos mesmos. Seu amigo Chico Bento, também era vítima do mesmo preconceito, no entanto, por conta da região em que morava.
O linguista brasileiro, Marcos Bagno, publicou o livro Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. Em sua obra, defende que as variedades linguísticas devem ser valorizadas, pois são parte da identidade do povo brasileiro, e rejeitar a língua é rejeitar sua própria comunidade. Com esse mesmo raciocinio é crucial que as escolas defendam um ambiente inclusivo, onde os estudantes se sintam seguros para se expressarem na variante linguística que lhes é familiar, considerando a realidade gramatical de cada região, reconhecendo e aceitando as particularidades culturais de cada. Devem-se abordar a diversidade linguística, promovendo a valorização das diferentes formas de fala, incentivando o combate do preconceito inserido na sociedade. É igualmente importante que a mídia desempenhe um papel positivo na promoção da diversidade linguística, como em programas de televisão, filmes, séries e outros meios de comunicação.
Em conclusão, Cabe ao Ministério da Educação, inserir debates que sejam capazes de desconstruir a ideia de língua exata e repudiar o preconceito linguístico. Somente a via da educação e a conscientização serão eficazes para se extinguir este rótulo. Infelizmente esse tipo de preconceito está enraizado em nossa sociedade e a sua mudança levará tempo.