- 29 Mar 2022, 19:49
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O que é a arquitetura hostil?
“Arquitetura hostil” se refere a estratégias de design urbano que utiliza elementos para restringir certos comportamentos nos espaços públicos, dificultar o acesso e a presença de pessoas, especialmente pessoas em situação de rua. [...]
Eduardo Souza e Matheus Pereira, editores do site especializado em arquitetura e urbanismo ArchDaily, dão diversos exemplos de construções e objetos que podem “afastar ou excluir pessoas ‘indesejáveis’”: cercas elétricas, arames farpados, grades no perímetro de praças e gramados, bancos públicos com larguras inferiores ao recomendado pelas normas de ergonomia, bancos curvados ou ainda assumindo geometrias irregulares, lanças em muretas e guarda-corpos, traves metálicas em portas de comércios, pedras em áreas livres, gotejamento de água em intervalos estabelecidos sob marquises. [...]
Nos últimos anos, o termo também vem sendo incorporado por pesquisadores acadêmicos, em estudos de caso de cidades como Curitiba e Cascavel (PR), João Pessoa (PB), Juiz de Fora (MG) e Recife (PE).
“Quando a arquitetura se reveste de formas limitadoras – visuais, físicas e sociais – essa arquitetura é hostil”, escrevem Shayenne Barbosa Dias e Cláudio Roberto de Jesus, do programa de pós-graduação em estudos urbanos e regionais UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), na revista acadêmica Geografias. Segundo os autores, à medida em que a arquitetura hostil afasta pessoas deixando áreas desertas, retroalimenta-se a sensação de insegurança urbana.
Fonte de pesquisa
Texto II
Lei Padre Júlio Lancellotti e a desurbanidade
O Plenário do Senado aprovou, dia 31 de março, projeto-de-lei que proíbe o emprego de técnicas de “arquitetura hostil” em espaços de uso público. O projeto foi apresentado após o padre Júlio Lancellotti — conhecido por suas ações humanitárias junto a pessoas em situação de rua em São Paulo — usar uma marreta para remover pedras pontiagudas instaladas pela Prefeitura sob um viaduto da zona Leste da cidade. O protesto do religioso teve grande repercussão e adesão, o que motivou o relator do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), a acatar emenda denominando o texto de “Lei Padre Júlio Lancelotti”.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil apoia parcialmente o projeto de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES). “Concordamos com o mérito, ou seja, somos contra a instalação de equipamentos urbanos como pinos metálicos pontudos e cilindros de concreto nas calçadas para afastar pessoas, principalmente as que estão em situação de rua”, diz a presidente do CAU Brasil, arquiteta e urbanista Nadia Somekh.
O CAU Brasil, no entanto, julga infeliz a associação entre arquitetura e hostilidade. “A essência da arquitetura é o acolhimento, então é incongruente falar em arquitetura hostil, foi um termo infeliz cunhado por um jornalista britânico e lamentavelmente adotado no Brasil sem uma visão crítica”. “O que há é desurbanidade, uma cidade hostil, desumana, como constatamos com as desigualdades crônicas agravadas pela pandemia da Covid-19”, afirmou a presidente do CAU Brasil, repetindo conceito expresso em entrevista para o portal UOL (Canal ECOA) em 2 de março.
“O correto, a nosso ver, seria então usar o termo “intervenção hostil”, mais simples de ser assimilado e difundido pela sociedade”, diz Nada Somekh. O Conselho acompanhou a tramitação do projeto e teve apoio do senador Alvaro Dias (Podemos/PR), que apresentou emenda afastando a expressão “arquitetura hostil” do texto, mas ela não foi acatada pelo relator. A tentativa prosseguirá, agora, durante a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados, para onde o texto foi encaminhado.
Ouvida na mesma reportagem do portal UOL, a arquiteta e urbanista Ellen Yanase (sócia da Satrapia, uma agência de benfeitorias, que une empresas, cidadãos e o poder público para melhorar espaços nas cidades) concorda com a presidente do CAU Brasil. “A arquitetura é totalmente contra a hostilidade, ela existe para proporcionar ambientes com qualidade de vida. Quando uma cidade é hostil é porque ela não pensa na arquitetura, não pensa nas pessoas”, afirmou.
Fonte de pesquisa
Texto III
Há quem a defenda e quem a aponte como uma forma de dizer “não se sinta em casa” em público, Ana Paula Guedes
Fonte de pesquisa
Texto IV
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada "texto insuficiente".
- fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
- apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
- apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
TEXTOS MOTIVADORES
Texto IO que é a arquitetura hostil?
“Arquitetura hostil” se refere a estratégias de design urbano que utiliza elementos para restringir certos comportamentos nos espaços públicos, dificultar o acesso e a presença de pessoas, especialmente pessoas em situação de rua. [...]
Eduardo Souza e Matheus Pereira, editores do site especializado em arquitetura e urbanismo ArchDaily, dão diversos exemplos de construções e objetos que podem “afastar ou excluir pessoas ‘indesejáveis’”: cercas elétricas, arames farpados, grades no perímetro de praças e gramados, bancos públicos com larguras inferiores ao recomendado pelas normas de ergonomia, bancos curvados ou ainda assumindo geometrias irregulares, lanças em muretas e guarda-corpos, traves metálicas em portas de comércios, pedras em áreas livres, gotejamento de água em intervalos estabelecidos sob marquises. [...]
Nos últimos anos, o termo também vem sendo incorporado por pesquisadores acadêmicos, em estudos de caso de cidades como Curitiba e Cascavel (PR), João Pessoa (PB), Juiz de Fora (MG) e Recife (PE).
“Quando a arquitetura se reveste de formas limitadoras – visuais, físicas e sociais – essa arquitetura é hostil”, escrevem Shayenne Barbosa Dias e Cláudio Roberto de Jesus, do programa de pós-graduação em estudos urbanos e regionais UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), na revista acadêmica Geografias. Segundo os autores, à medida em que a arquitetura hostil afasta pessoas deixando áreas desertas, retroalimenta-se a sensação de insegurança urbana.
Fonte de pesquisa
Texto II
Lei Padre Júlio Lancellotti e a desurbanidade
O Plenário do Senado aprovou, dia 31 de março, projeto-de-lei que proíbe o emprego de técnicas de “arquitetura hostil” em espaços de uso público. O projeto foi apresentado após o padre Júlio Lancellotti — conhecido por suas ações humanitárias junto a pessoas em situação de rua em São Paulo — usar uma marreta para remover pedras pontiagudas instaladas pela Prefeitura sob um viaduto da zona Leste da cidade. O protesto do religioso teve grande repercussão e adesão, o que motivou o relator do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), a acatar emenda denominando o texto de “Lei Padre Júlio Lancelotti”.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil apoia parcialmente o projeto de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES). “Concordamos com o mérito, ou seja, somos contra a instalação de equipamentos urbanos como pinos metálicos pontudos e cilindros de concreto nas calçadas para afastar pessoas, principalmente as que estão em situação de rua”, diz a presidente do CAU Brasil, arquiteta e urbanista Nadia Somekh.
O CAU Brasil, no entanto, julga infeliz a associação entre arquitetura e hostilidade. “A essência da arquitetura é o acolhimento, então é incongruente falar em arquitetura hostil, foi um termo infeliz cunhado por um jornalista britânico e lamentavelmente adotado no Brasil sem uma visão crítica”. “O que há é desurbanidade, uma cidade hostil, desumana, como constatamos com as desigualdades crônicas agravadas pela pandemia da Covid-19”, afirmou a presidente do CAU Brasil, repetindo conceito expresso em entrevista para o portal UOL (Canal ECOA) em 2 de março.
“O correto, a nosso ver, seria então usar o termo “intervenção hostil”, mais simples de ser assimilado e difundido pela sociedade”, diz Nada Somekh. O Conselho acompanhou a tramitação do projeto e teve apoio do senador Alvaro Dias (Podemos/PR), que apresentou emenda afastando a expressão “arquitetura hostil” do texto, mas ela não foi acatada pelo relator. A tentativa prosseguirá, agora, durante a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados, para onde o texto foi encaminhado.
Ouvida na mesma reportagem do portal UOL, a arquiteta e urbanista Ellen Yanase (sócia da Satrapia, uma agência de benfeitorias, que une empresas, cidadãos e o poder público para melhorar espaços nas cidades) concorda com a presidente do CAU Brasil. “A arquitetura é totalmente contra a hostilidade, ela existe para proporcionar ambientes com qualidade de vida. Quando uma cidade é hostil é porque ela não pensa na arquitetura, não pensa nas pessoas”, afirmou.
Fonte de pesquisa
Texto III
Há quem a defenda e quem a aponte como uma forma de dizer “não se sinta em casa” em público, Ana Paula Guedes
Fonte de pesquisa
Texto IV
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo da sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo (8-30 linhas) em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema "Arquitetura hostil e desurbanidade: um cenário de imediatismo opressivo frente à marginalização sociourbana no Brasil", apresentando proposta de intervenção social para os problemas abordados. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.Me acompanhe no Instagram (@fortesnaredacao)!