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QUESTÃO DISCURSIVA

Texto 01
Jürgen Habermas: "Não pode haver intelectuais se não há leitores"

O autor de obras imprescindíveis do pensamento, da sociologia e da ciência politica do século XX, como Mudança Estrutural de Esfera Pública, Conhecimento e Interesse, O Discurso Filosófico da Modernidade e Teoria da Ação Comunicativa, troca impressões com o EL PAIS a respeito de alguns dos temas que lhe preocuparam durante seis décadas e continuam a preocupa-lo. El País, O senhor acredita que a Internet, para além de suas indiscutíveis vantagens, criou uma espécie de novo analfabetismo?
Habermas. O senhor se refere às controvérsias agressivas, às bolhas e às histórias falsas de Donald Trump em seus tuites. Deste individuo não se pode dizer sequer que esteja abaixo do nível da cultura politica de seu pais. Trump baixa esse nível constantemente. Desde a invenção do livro impresso, que transformou todas as pessoas em leitores potenciais, foi preciso passar séculos até que toda a população aprendesse a ler, A Internet, que nos transforma todos em autores potenciais, não tem mais do que duas décadas. E possível que com o tempo aprendamos a lidar com as redes sociais de forma civilizada. A Internet abriu milhões de nichos subculturais úteis nos quais se troca informação confiável e opiniões fundamentadas. Pensemos não só nos blogs de cientistas que intensificam seu trabalho acadêmico por este meio, mas também, por exemplo, nos pacientes que sofrem de uma doença rara e entram em contato com outra pessoa na mesma condição em outro continente para se ajudar mutuamente com conselhos e experiências. Sem dúvida, são grandes benefícios da comunicação, que não servem só para aumentar a velocidade das transações na Bolsa e dos especuladores. Sou velho demais para julgar o impulso cultural que as novas mídias vão gerar. O que me imita fato de que se trata da primeira revolução da mídia na história da humanidade que serve antes de tudo a fins econômicos, e não culturais.

Fonte: https:/brasil.elpais.com/brasil/2018/04/25/eps/1524679056_058165.html


Texto 02
Noam Chomsky: "As pessoas já não acreditam nos fatos"
Noam Chomsky (Filadélfia, 1928) superou faz tempo as barreiras da vaidade. Não fala de sua vida privada, não usa celular e em um tempo onde abunda o líquido e até o gasoso, ele representa o sólido. [...] Em Réquiem para o sonho americano (editora Bertrand Brasil), ele põe no papel as teses expostas no documentário homônimo e denuncia a obscena concentração de riqueza e poder que exibem as democracias ocidentais. O resultado são 192 páginas de Chomsky em estado puro. Vibrante e claro.

El Pais, Vivemos uma época de desencanto?
Chomsky. Já faz 40 anos que o neoliberalismo, liderado por Ronald Reagan e Margaret Thatcher, assaltou o mundo. E isso teve um efeito. A concentração aguda de riqueza em mãos privadas veio acompanhada de uma perda do poder da população geral. As pessoas se sentem menos representadas e levam uma vida precária, com trabalhos cada vez piores. O resultado é uma mistura de aborrecimento, medo e escapismo. Já não se confia nem nos próprios fatos. Há quem chama isso de populismo, mas na verdade é descrédito das instituições.

El Pais. E assim surgem as "fake News" (os boatos)?
Chomsky. A desilusão com as estruturas Institucionais levou a um ponto em que as pessoas já não acreditam nos fatos. Se você não confia em ninguém, por que tem de confiar nos fatos? Se ninguém faz nada por mim, por que tenho de acreditar em alguém?

Fonte: https://brasil.alpais.com/brasil/2018/0 ... 36609.html


Compare as reflexões de Chomsky e de Habermas a respeito do surgimento das Fake News.

Seu texto deve:

1. Fazer a ambas as entrevistas:
2. Apresentar a visão de cada um dos autores sobre Fake News:
3. Estabelecer ou uma similaridade ou um contraste entre essas visões;
4. Se posicionar a favor de Chomsky ou de Habermas,
5. Justificar sua posição com ao menos um argumento:
6. Ter de 10 a 15 linhas.
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Por moonwalker
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#98407
Nas entrevistas publicadas pela revista El País em Abril de 2018, intituladas “Jürgen Habermas: Não pode haver intelectuais se não há leitores” e “Noam Chomsky: As pessoas já não acreditam nos fatos", o filósofo alemão (Habermas) e o norte americano (Chomsky), demonstram divergentes pontos de vista sobre o conceito de boatos, mais conhecidos como “Fake News” na atualidade. Partindo desse pressuposto, Habermas, mantêm-se esperançoso em sua tese em relação a internet, mostrando que, apesar de haver conteúdos de baixo nível, há também ferramentas úteis que vão desde nichos subculturais até a comunicação entre pacientes hospitalizados de continentes distintos que se ajudam mutualmente com experiências e conselhos. Entretanto, na segunda entrevista, Chomsky deixa explícito, de maneira sensata, sua descrença em relação ás estruturas institucionais com base na época em que vivemos. O alemão, articula sobre esse descrédito assimilando a vida precária enfrentada por essas pessoas, o que de fato, seria o principal motivo de todo esse medo e desilusão perante a sociedade e consequentemente aos fatos.
Contudo, de acordo com Chomsky, certamente não há motivos para se acreditar em fatos sem que haja um fundamento, uma fonte que comprove que aquela notícia é devidamente confiável. Logo, a internet é vista como ameaça em determinadas situações. Sendo assim, é indispensável, a permanência da integridade e consciência desses indivíduos, já que infelizmente, sempre haverão inúmeros casos de usuários mal intencionados tirando proveito de quaisquer situações apenas pelo prazer de ter a atenção voltada para si.
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