Na obra"Cidadãos de Papel", o escritor Gilberto Dimenstein as diferenças entre os direitos fundamentais garantidos pela Constituição e a realidade vivida pelos indivíduos. Isso torna-se evidente a observarmos a fragilidade da herança deixada pelos povos africanos, onde enfrenta obstáculos para sua preservação e valorização. Nessa lógica, esse fator é oriundo da negligência do Estado e do legado histórico.
Em primeiro plano, a ausência de políticas públicas propostas pelo governo configura-se como um fator que amplifica a problemática questão. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, algumas instituições atuam como "zumbis", pois perderam sua função social. Sob esse viés, a insuficiência de medidas efetivas resulta na violação dos direitos fundamentais e básicos dos cidadãos, os quais garantem a dignidade e o respeito a todos. Portanto, é imprescindível a mudança desse cenário.
Em segundo plano, a herança deixada pelo período colonial constitui o fator que origina essa situação. " Desde o início por ouro e prata. Olha quem morre, então veja você quem mata. Recebe o mérito, a farda que que pratica o mal. Me ver pobre, preso ou morto ja é cultural." Trecho da música"Negro Dama" da banda Racionais MC's. Desse modo, a opressão sofrida pelos afrodescendentes resulta na perda desse legado cultural. A música"Negro Dama" é uma crítica a desvalorização e a exclusão social.
Depreende-se, portanto, que a constituição não garante o direito de preservação cultural. Assim, cabe ao estado promoveu incentivos a projetos culturais, por meio da criação de programas educativos que devem ser fácil acesso, a fim de valorizar a identidade africana. Assim, a realidade refletiria os direitos garantidos pela Constituição.