Sob a perspectiva do escritor e político Darcy Ribeiro, "A coisa mais importante para os brasileiros é inventar o Brasil que nós queremos". Tal pensamento, porém, ainda não convertido em realidade, uma vez que, embora a população busque por um país isento de problemas, existe impasses a serem superados, como os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Dessa forma, cabe analisar os alicerces que sustentam a problemática, a saber, a negligência governamental e a falta de informação.
Primeiramente, é imperioso destacar a omissão estatal na problemática. Nesse sentido, para John Locke, filósofo inglês, os cidadãos cedem sua confiança ao Estado, que, por outro lado, deve garantir os direitos básicos a eles. Todavia, a máquina pública rompe a tese de Locke ao não ofertar propostas significativas que, potencialmente, objetivem os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Por conseguinte, tal displicência a história negra no Brasil é reduzida no período escravocrata. Logo, é urgente a adoção de uma medida do Estado frente a esse contratempo.
Outrossim, é igualmente necessário discutir a respeito da falta de informação. Acerca disso, Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, cunhou o termo "Instituição Zumbi" para denunciar instituições que, apesar de manterem a essência, perderam a sua função social. Sob essa ótica, a crítica de Bauman pode ser associada ao estado, a qual, embora possua o papel fundamental de responsabilidade, age com descaso. Isso fica perceptível, de acordo com UOL (Universo Online) cerca de 71% pessoas não sabem a história e cultura afro-brasileira. Assim, enquanto a falta de informação persistir, a sociedade ficará alheia a cultura africana.
Portanto, é necessária a tomada de medidas para solucionar essa problemática. Nesse cenário, o Ministério da Educação, órgão governamental responsável por fornecer ensinamentos de desenvolvimentos dos indivíduos, deve introduzir nas escolas a abordagem sobre os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, por meio de palestras para alunos do fundamental e ensino médio, a fim de promover ao estudante um conhecimento maior sobre o assunto. Com essas medidas, será possível converter o pensamento de Darcy Ribeiro em realidade no Brasil.