Conforme apontado pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, embora as leis nacionais apresentem uma estrutura teórica robusta, a ineficácia na prática dessas normas evidencia a fragilidade do Estado brasileiro. Fragilidade esta que colabora para a perpetuação da desvalorização da herança africana no Brasil.Com isso nota-se entraves para a valorização dessa cultura no país, causadas, seja pela negligência governamental, seja pela falta de abordagem do assunto na sociedade brasileira.
Em primeiro lugar, é visível que as ações do Estado, influenciam a vida de uma sociedade e a ausência delas, mais ainda. Zygmunt Bauman criou o termo "Instituição Zumbi" a qual significa entidades que não cumprem seu papel. Esse termo retrata esse pensamento, pois não são notadas atitudes do Estado para a valorização da cultura africana no país, pelo contrário, quando recorda dos ancestrais do Brasil citam os europeus como se fosse a única cultura inserida no país. Logo, percebe-se que o descaso do Estado corrobora para o problema.
Além disso, a falta de abordagem por parte da sociedade, vem de um preconceito enraizado. A frase "preconceito é opinião sem conhecimento" do filósofo francês Voltaire, é um exemplo de tal realidade, visto que a população brasileira por não conhecer as tradições africanas , agem com desrespeito, por exemplo, as danças afro-brasileiras que são vistas como estranhas. Com isso, é notável que a população brasileira não reconhece suas raízes.
Portanto, há desafios para valorização da herança africana no Brasil a serem sanados. O Governo Federal, entidade com poder soberano sobre uma nação, deve criar projetos, por meio de instituições como a escola, a fim de relembrar a cultura africana. Tal ação pode, ainda, contar com a presença de povos africanos, para assim quem sabe serem valorizados.