"A tontura da fome é pior do que a do álcool", essa frase foi escrita pela consagrada escritora Carolina Maria de Jesus, que denunciou nos anos 60, por meio de seu diário "Quartos de despejo", os perversos sintomas da fome. Desprezando o hiato temporal, nota-se que a tontura da fome ainda persegue centenas de brasileiro. Nesse contexto, não há como hesitar: é necessário analisar os principais fatores que motivam a insegurança alimentar, a fim de resolver esse impasse tão recorrentes na realidades brasileira.
Nesse sentido, observa-se que a falta de segurança alimentar advém do histórico desinteresse político. De fato, o desenvolvimento social e a garantia de acesso ao alimento, depende das instituições nacionais, as quais, muitas vezes, são geridas, por uma política patrimonialista, ou seja, pela cultura de administrar o estado com patrimônio privado(essa teoria é estudada pela historiadora Leila Schwcarz). Desse modo, percebe-se que não houve de forma equitativa uma visão política de Combate das iniquidades sociais, gerada pela má distribuição da renda e pelo sistema patrimonialista, mas sim a naturalização do desigualdade e da "cor amarelada" que pessoas desnutridas apresentam, notado por Carolina Maria de Jesus em seu livro.
Ademais, é preciso entender que o baixo poder de compra dos brasileiros, está diretamente ligado com o persistente aumento da insegurança alimentar. Isso ocorre, pois, devido à falta de medidas preventivas durante o enfrentamento da pandemia (postura incentivada por figuras políticas) , resulta, hoje conforme o IPEA, em cerca de 33 milhões de pessoas que não tem garantido o que comer. Dessa forma, observa-se uma omissão, já que o que impediu o investimento em ações contra a pandemia e agora para a erradicação da subnutrição não é a indisponibilidade de recursos (pois o Brasil continua entre as 20 maiores economias do mundo, há mais de 10 anos, segundo FMI) mas a ausência de políticas efetiva, capazes de extinguir as desigualdades, sistemática do país.
Portanto, é urgente que atitudes sejam tomadas para combater a recorrência da insegurança alimentar no território brasileiro. Para isso, urge que o Poder Executivo – na esfera federal – amplie a verba destinada a programas sociais, como exemplo o Bolsa Família. Tal ato deve ser efetivado com a implantação de projeto nacional de desenvolvimento socioeconômico, de modo a articular organizações públicas e privadas. Isso tem que ser feito a fim de mitigar a falta de segurança alimentar no Brasil, só assim histórias tristes como a de Carolina Maria de Jesus, deixará de ser realidade e passará a ser apenas um retrato simbólico de um passado perverso.

Os desevolvimento ficaram desorganizados.