"Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação". A música "Que País é esse" da banda Legião Urbana, denuncia o abismo entre as leis garantidas no papel e sua aplicação na prática. Sob esse viés, a crítica da canção, se aplica no contexto nacional quanto aos desafios da valorização da herança africana no Brasil, pois é uma questão a ser analisada. Logo, é necessário medidas cabíveis para solucionar o impasse, que é motivado tanto pelo descaso governamental quanto pela lacuna educacional.
A princípio, constata-se o desserviço estatal, o principal empecilho no combate à valorização da herança africana no País. Nesse contexto, o jornalista Gilberto Dimenstein critica em sua obra "O Cidadão de Papel", o sistema de leis do Brasil, a qual possui uma boa elaboração, porém carece de efetividade na prática, o que diz respeito ao fato de que algumas instituições, como o Estado, estão perdendo suas funções. Uma vez que o poder Público deixa de analisar os desafios para a valorização do legado africano, que acarreta na invisibilidade dessa parcela da população. Nessa ótica, tal teoria é confirmada no contexto brasileiro, devido a omissão governamental, a problemática é agravada no meio social.
Além disso, é notório que as escolas brasileiras deixam uma lacuna na educação , no fato de não abordar determinados assuntos em sala de aula como a importância de povos africanos e suas respectivas historias. Distanciando o ponto de vista de Nelson Mandela, que é conhecido por ter dito: "- a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo" essa citação destaca de forma clara, a importância de uma educação de qualidade na capacitação das pessoas para transformar a sociedade em geral, de forma que amenize os impactos e os desafios na valorização da herança africana no Brasil
Diante do exposto, nota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro .Portanto, cabe ao Estado, órgão responsável por garantir os direitos dos cidadãos. O direcionamento de verbas para campanhas de conscientização, através das mídias e das escolas para reforçar a importância da herança africana. Por meio de professores de história e representantes capacitados para abordar o tema e relatar a cultura. Com a finalidade de informar a parcela marginalizada e a sociedade em geral. Sendo assim, com os indivíduos mais conscientizados, deixariam de ser alienados sobre tais assuntos. Podendo fiscalizar as leis e suas aplicações, garantindo os direitos de igualdade e cultura, de acordo com a Constituição Federal. Logo, distanciando o cenário atual, da denúncia de Legião Urbana.