Castro Alves em sua obra "O Navio Negreiro", retratou a vinda forçada dos escravos ao Brasil no período escravocrata. Esse acontecimento foi um marco na história de nosso país, com ele temos também a chegada de uma cultura, com seus costumes e tradições próprias, a qual, atualmente enfrenta desafios para a valorização da sua herança no Brasil. Ela é abordada com informações reduzidas, "mascarando" uma cultura que faz parte da nossa história. Mediante à isso, é evidente a necessidade de criar estratégias para reduzir esses desafios, promovendo a sua herança.
Na Base Nacional Comum Curricular, documento que norteia as competências a serem desenvolvidas nas escolas, possui, ainda que de forma reduzida, conteúdos a serem trabalhados sobre a cultura africana. Nota-se uma lacuna na educação brasileira sobre tal assunto, impossibilitando que seja mostrado todo um processo histórico que possui: a arte, a música, os costumes e as suas próprias representações históricas como Carolina Maria de Jesus, Marielle Franco e tantos outros.
Além disso, segundo a Constituição Federal de 1988, todos os cidadãos possuem o direito a cultura, no entanto, as manifestações culturais africanas estão sendo desvalorizadas. Esse direito está sendo ferido e com ele a luta e a história das pessoas que fizeram parte desse processo estão sendo apagadas.
Portanto, medidas devem ser tomadas a fim de evitar que esse cenário se perpetue. Cabe ao Ministério da Cultura em parceria com o Minas da Educação, ampliar os conteúdos trabalhados nas instituições de ensino, por meio de exposições sobre toda a trajetória africana e seu legado. Tal ação visa o cumprimento do direito estabelecido na Constituição Federal e valorização da herança africana no Brasil.