"Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados". A declaração realizada pelo escritor e filósofo inglês, Aldous Huxley, ao ser analisada sob a atual conjuntura do país, permite-nos refletir sobre os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Nesse sentido, fatores como o preconceito racial e a lacuna educacional não podem ser desprezados, visto que são esses os principais elementos relacionados com a problemática.
Em princípio, a Constituição Federal promulgada em 1988, apelidada "Constituição Cidadã" ampliou os limites tradicionais da democracia brasileira ao estender o direito à igualdade para toda a população. Todavia, é importante salientar que tal prerrogativa não está sendo totalmente garantida, pois pessoas negras ainda sofrem com os estereótipos e com discriminações, deixando desse modo, de repassar suas tradições e seus conhecimentos para as gerações seguintes.
Ademais, vale ressaltar que a lacuna educacional é outro elemento que intensifica os desafios para a valorização da herança no Brasil. De acordo com o jornal da UNESP uma pedagoga, negra, relata que quando aluna assistir a aula de escravidão era motivo de vergonha, pois a história da população negra era reduzida ao período escravocrata. Dessa forma, percebe-se que a sociedade brasileira vivencia uma situação extremamente delicada, e é por esse motivo que ações precisam ser tomadas.
Portanto, faz-se necessária uma intervenção. Para isso o Ministério da educação, orgão responsável por garantir educação pública e democrática para os brasileiros, deve realizar campanhas de conscientização, por meio de palestras em escolas, a fim de diminuir ou eliminar o preconceito racial, e paralelamente, intervir sobre a lacuna educacional. Desse modo, valorizando a tradição e os costumes dos povos africanos no tecido social brasileiro.