A série estadunidense "9-1-1" retrata o cotidiano e intempéries de um grupo de bombeiros em Los Angeles. Uma das protagonistas apresentadas ao público chama-se Henrietta Wilson, uma mulher afro-descendente que passou por diversos preconceitos em seu trabalho devido a sua cultura e características físicas. Fora da ficção, a mesma situação é encontrada com facilidade, considerando os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Esse problema se deve, principalmente, devido ao racismo estrutural e ineficiência governamental.

Em primeira análise, encontra-se a xenofobia como agravante da problemática. A frase sociológica "o homem é o lobo do homem" — de Thomas Hobbes — afirma que a sociedade cria seus próprios problemas, se prejudicando, e, nessa situação, não é diferente. O preconceito contra as culturas africanas, faz com que, muitas vezes, seus descendentes tenham que esconder suas práticas e crenças para terem um bom convívio, o que extingue a herança cultural dos mesmos.

Ademais, a negligência estatal contribui com a perduração do problema. A lei da inércia — primeira lei da tese de Newton — expõe que um corpo continuará em repouso, caso não haja interferência externa. O mesmo princípio pode ser aplicado nas temáticas sociais, considerando que sem a intervenção do governo, o problema continuará existindo. O racismo está enraizado na sociedade brasileira desde a escravidão; serão necessários grandes movimentos para que seja erradicado.

Urge, portanto, a necessidade de intervenção do Governo Federal. Por meio do Ministério da Cidadania e Direitos Humanos, em conjunto com o Ministério de Comunicações, é possível conscientizar a população de diversas formas, como, por exemplo: implementando oficinas educativas sobre culturas menosprezadas em escolas públicas e privadas por todo o país. Ao ensinar jovens de 10 a 18 anos a valorizar culturas, diferentes da sua ou não, reduz as chances que cenários como o exposto em "9-1-1" retornem a ocorrer no futuro.