Na canção "Asa Branca", o cantor Luiz Gonzaga pergunta a Deus o motivo de haver tanto sofrimento no Brasil. Apesar do lapso temporal, é inegável a atualidade da canção, posto que enfrentamos os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Tal sofrimento decorre da inobservância estatal, tal como da invisibilidade do legado.

O filósofo Zygmunt Bauman, define "Instituição Zumbi" como toda instituição que, apesar de existir, perdeu sua função social. Análogo ao conceito, a inobservância estatal prejudica a valorização da herança africana no Brasil. Isto posto, retifica a ausência de campanhas com foco no combate ao racismo ou sobre a histórias de grandes personalidades negras do Brasil.

Ademais, para filósofa brasileira, Djamila Ribeiro, é danoso que as pessoas não saibam a história dos povos que a construíram. Logo, é crucial conhecer os fatos históricos para entender os empecilhos hodiernos. A invisibilidade de um legado põe em risco as culturas, produções e conhecimentos de uma sociedade, levando à perda de identidade.

Urge, portanto, que é essencial a atuação estatal e social para que os obstáculos sejam superados. Assim, o Tribunal de Contas da União deve direcionar o capital que, por meio do Ministério dos Direitos Humanos, será revertido em campanhas e palestras, através do âmbito tecnológico e escolar, uma vez que o intuito é promover mais informações e debates, a fim de destacar a importância da herança africana no Brasil. Dessa forma, o questionamento de Luiz Gonzaga não refletirá na nossa nação.