“Como Nossos Pais”, música de Elis Regina, revela a indignação da artista pois, apesar de passados muitos anos, a sociedade brasileira enfrenta as mesmas deficiências do passado. Nessa perspectiva, a canção está análoga à atualidade brasileira, visto que ainda existem inúmeros desafios para a valorização da cultura africana. Dessa forma, é preciso exaltar como agravantes dessa problemática o racismo estrutural e a influência da mídia.
Em primeiro plano, é preciso ressaltar o racismo enraizado na sociedade como um pivô para a perpetuação desse viés. Durante o período do Brasil-Colônia, a população africana era subjugada como inferior perante a população europeia. Tal fato histórico está relacionado com a sociedade atual brasileira já que, mesmo séculos após o fim desse período, uma grande parcela da população ainda despreza a cultura africana a exemplo da religião e dos costumes africanos, enquanto enaltece os costumes europeus. Dessa forma, cabe ao Estado buscar o desenvolvimento de projetos com a finalidade de solucionar tais acontecimentos de forma urgente.
Ademais a mídia também age como a enfatizador de está problemática. Segundo pesquisa divulgada no site Negrê, influenciadores digitais negros têm cerca de 6000% de engajamento a menos que influenciadores brancos. Nessa perspectiva, a pesquisa se relaciona a problemática visto que a cultura africana, quando divulgada nos meios digitais, acaba sendo invisibilizada, garantindo que menos indivíduos aprendam sobre essa cultura. Assim, fica evidente que a influência midiática corrobora para a perpetuação desse problema, cabendo ao Estado desenvolver métodos a fim de solucionar essa situação da população brasileira.
Em suma, a sociedade brasileira enfrenta diversos desafios para valorização da cultura africana. Logo cabe ao ministério da igualdade racial, por meio da arrecadação de verba dos impostos a criação do projeto social “África-iôiô”, que visa garantir e enfatizar os costumes africanos nos meios de comunicação e aprendizado do país. Ademais, cabe a mídia, junto das principais emissoras de televisão e outros veículos de informação, a criação de propagandas que vivem romper com os paradigmas a respeito da cultura africana no Brasil. Somente assim a realidade brasileira vai poder evoluir, rompendo com a indignação de Elis Regina em “Como Nossos Pais”.