Na obra "Utopia" do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita e em harmonia, livre de conflitos e mazelas. Todavia a realidade contemporânea está bem distante disso, haja visto os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Por certo a negligência governamental e a apatia social são fatores que favorecem o quadro.
Primordialmente, é importante destacar a insuficiencia estatal perante o problema. Nesse sentido, segundo o filósofo renascentista Nicolau Maquiavel, o principal objetivo do governante reside na manutenção do poder é não na promoção do bem comum. A reflexão do pensador ecoa nos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, na medida em que os governantes demonstram poucas preocupações na divulgação e criação de centros culturais para a exaltação destas crenças, uma vez,que tal ato, não os um aumento considerável no número de votos em eleições futuras e pouco auxiliaria na manutenção do poder desses politícos. Reforçando a teoria de Maquiavel escrita ainda no renascentismo.
Além da negligência estatal, a omissão social em frente a problemática se faz presente. Analogamente a isso, o sociológo Zygmunt Bauman, afirma em sua teoria da modernidade líquida, que as relações sociais estão cada vez mais superficiais e descartáveis, tornando assim a empatia social uma qualidade rara, visto isso a indiferença da tradicional população verde é amarela perante a valorização da herança africana, é representada claramente em ações preconceituosas que tem como objetivo reprimir e desvalorizar as crenças religiosas desses indivíduos atribuindo a religião dos mesmos a atos maldosos, mostrando assim que a sociedade pode ser um desafio maior que o governo.
Portanto, os desafios de ordem estatal e social precisam ser contornados para a resolução da desvalorização da herança africana, em primeiro ponto o governo federal deve construir um centro informativo, acerca da cultura, costumes e crenças deste povo com o objetivo de que toda população tenha acesso ao mesmo,é caberá a imprensa a divulgação desses locais. Em segundo ponto as escolas devem realizar palestras que valorizem a luta para preservação dessa cultura, as palestras devem ser realizadas com a presença dos alunos e familiares para que a quebra de tabus da população tradicional finalmente ocorra, é assim deixar nossa sociedade cada vez mais próxima de uma utopia.