A obra "Utopia" do escritor inglês Thomas More retrata um corpo social caracterizado pela falta de problemas. Analogamente, no Brasil acontece o contrário do que o autor prega, uma vez que existe a não valorização da herança africana. Logo, é necessário discutir os alicerces que sustentam esse revés, com foco no silenciamento social e na falta de contato da sociedade brasileira com a herança africana.
Assim, é notório perceber que a falta de debates na sociedade atrapalha a manutenção do contratempo. Segundo a célebre filósofa francesa Simone de Beauvoir, o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles. À luz dessa lógica, no Brasil, não é debatido os desafios para a valorização da herança africana. Isso, por conseguinte, potencializa um cenário de não valorização, não sendo justo sua solidificação no solo brasileiro.
Ademais, a falta de contato da população brasileira é uma grave causa dessa problemática. Consoante a uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 10% dos brasileiros não sabem a sua origem, fazendo com que muitos não se importem ou até tenham preconceito com a herança africana. Porém, isso é inadmissível em um país que almeja se consagrar plenamente desenvolvido.
Dessarte, é necessário mitigar a não valorização da herança africana. Com vistas a isso, urge que o Ministério da Educação - cuja a sua função é disponibilizar educação de qualidade em todo território brasileiro - crie, por meio de matérias eletivas nas escolas brasileiras, debates acerca da herança africana, com o fito de que nossos estudantes conheçam suas origens, desse modo, não terão preconceito e se importem com a herança africana. Desta maneira, poder-se-á chegar mais próximo da "Utopia" de More